Folha de S. Paulo


Colocar 'ordem na casa' faz negócio ter mais oportunidades

Pequenos empresários que desejam ter mais oportunidades de negócio e serem mais competitivos em 2014 precisam tomar atitudes básicas: formalizar o negócio, analisar se o regime tributário é o mais adequado e sistematizar as contas da empresa.

Um dos erros mais comuns, de acordo com Luiz W. Jung, diretor da consultoria Moore Stephens, é o empresário retirar mais dinheiro da empresa do que poderia, prejudicando o negócio.
"O patrimônio do dono não pode nunca se confundir com o da companhia. Você não pode ceder à tentação de andar com o talão de cheques da empresa no bolso", diz.

A orientação é que o empresário tenha definido um valor fixo de retirada mensal. Ele deve ser igual ao que seria pago na hipótese de se contratar alguém com as mesmas funções, diz.

O dono da empresa também recebe quando se faz a apuração do lucro, semestral ou anualmente. Enquanto o valor retirado todo mês é chamado pró-labore e é a remuneração pelo trabalho, a retirada de lucros é a remuneração pelo investimento feito na empresa, explica.

O advogado Gustavo Vieira sugere maior atenção à formalização da empresa e de seus funcionários, para que ela consiga fechar mais negócios, especialmente com grandes companhias, e reduza riscos de disputas trabalhistas na Justiça.

Ele também recomenda que se revisem agora os contratos firmados. "Já tive um caso de cliente que tinha um relacionamento amigável com o dono do imóvel, sem nunca ver o contrato de aluguel. Quando o proprietário morreu, o limite para renovar o contrato havia passado e o filho do dono do imóvel não quis continuar alugando o ponto para a empresa."

Outro ponto de atenção é a escolha da forma pela qual irá se pagar os tributos. São três regimes possíveis: o Simples Nacional (para as que têm faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano), o do lucro presumido e o do lucro real.

A escolha não pode ser automática, diz o contador Silvinei Toffanin, diretor da Direto Contabilidade. É necessário ter em mãos um balanço anual da companhia e fazer simulações sobre qual seria o valor pago.

Para empresas que pretendem buscar recursos com investidores ou em bancos, é interessante contratar uma auditoria externa para fazer uma segunda análise dos dados da empresa, diz Toffanin.

"Pode ser interessante para uma empresa que quer crescer. Vai dar credibilidade na hora de conversar com bancos

Filipe Rocha/Editoria de Arte/Folhapress

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