Folha de S. Paulo


Regra atingiria 80% da produção no ano que vem, propõe Mantega

Um dia depois de anunciar que o governo pode prorrogar o prazo para a instalação obrigatória de itens de segurança nos carros novos, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a decisão ainda não está tomada e que sua preocupação é com a manutenção do emprego no setor automotivo.

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Mantega afirmou que conversou ontem sobre o assunto com o ministro Aguinaldo Ribeiro, das Cidades, pasta a qual está vinculado o Contran (Conselho Nacional de Trânsito), órgão que aprovou as resoluções que tornam obrigatória a instalação de airbag e de freios ABS em todos os carros novos a partir de 2014.

Atualmente, a exigência de instalação desses itens de segurança já atinge 60% da produção. A ideia de Mantega agora é levar a obrigatoriedade a 80% da produção no ano que vem e dar mais um prazo para atingir a totalidade da frota.

Segundo ele, em conversas com a indústria, os empresários disseram que, se a regra for mantida, algumas linhas terão que ser desativadas, e os empregados, demitidos.

"Não queremos prejudicar a segurança, nossa preocupação é com a manutenção do emprego. Se houver maior prazo, as empresas podem acomodar os empregados", afirmou Mantega.

O ministro não soube explicar, no entanto, por que a indústria não se preparou para a mudança, já que a regra foi prevista em 2009.
Anteontem, ele destacou preocupação com os aumentos nos preços que os itens de segurança iriam gerar.

Procurado pela reportagem, o Ministério das Cidades disse, em nota, que Mantega propôs "uma discussão para encontrar convergência entre segurança veicular e questões econômicas".

HISTÓRICO

Se o adiamento for confirmado, não será a primeira medida para o setor automotivo a não entrar em vigor na data prevista.

A obrigatoriedade da venda do diesel menos poluente em todos os postos do país foi estabelecida, em 2002, para entrar em vigor em 2009 -prazo depois prorrogado, de forma escalonada, para 1º de janeiro do ano que vem.


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