Em meio às críticas ao aumento dos gastos públicos e à redução dos recursos economizados pelo governo para pagar juros da dívida, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (10) que quanto maior for essa economia, melhor.
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"Qualquer Banco Central, com exceção daqueles [de países que] que estão saindo de recessão econômica, pode pensar: 'quanto mais fiscal melhor'. Em condições normais, o Banco Central sempre teria esse viés, responder: 'quanto mais fiscal, melhor'".
A política fiscal é o gerenciamento das receitas e despesas do governo. A declaração foi uma resposta ao senador Armando Monteiro (PTB/PE), que pergunto se era preciso elevar o superávit primário -- economia do governo para pagar juros da dívida e reduzir a pressão sobre a inflação.
Quando o governo economiza mais, ele é obrigado a limitar o crescimento dos seus gastos, diminuindo a demanda por produtos e serviços na economia, o que colabora para que os preços não subam. Dessa foram, o governo auxilia o BC na tarefa de conter a alta da inflação.
Tecnicamente, o Brasil não passou por qualquer recessão desde o primeiro semestre de 2009. Isso ocorre, considerando o conceito econômico, quando o país tem dois trimestres seguidos de contração econômica.
INFLAÇÃO
Diversos senadores também questionaram sobre a permanência da inflação acima do centro da meta, de 4,5%. Tombini atribuiu a elevação dos preços nos últimos anos à alta do dólar e ao encarecimento dos alimentos, causada por fatores climáticos. Segundo ele, o valor do real caiu cerca de 20% ante o dólar nos últimos dois anos.
"Você pode olhar de outra forma e dizer: a despeito de uma depreciação [cambial] de 20%, nos ainda tivemos uma inflação controlada e com viés de baixa neste momento", disse.