Folha de S. Paulo


Minoritários vão à Justiça contra Eike

Acionistas minoritários da petroleira OGX, de Eike Batista, informaram que ingressaram ontem com ação na Justiça Federal do Rio de Janeiro contra o empresário, o seu pai e vice-presidente do conselho de administração da companhia, Eliezer Batista da Silva, e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O grupo, formado por quatro investidores, busca reparação de danos por fraudes e manipulação do mercado. Também afirmam que houve violação
da Lei das S.A.

Ao vivo: acompanhe os destaques do mercado e análises de especialistas

Procurado, o grupo não respondeu à reportagem até a conclusão desta edição.

Em novembro, por meio de nota, a OGX disse que "sempre manteve o mercado atualizado sobre os projetos de produção, evitando a divulgação de informações incompletas".

O pai de Eike foi incluído integrar o conselho de administração, de acordo com o engenheiro Henrique Nunes, um dos autores da ação. Os outros são o advogado Márcio de Melo Lobo, Maurício Nahas e Toth Brondi.

A CVM faz parte do processo porque os minoritários consideraram que houve omissão de sua parte.

Os minoritários da OGX, liderados pelo advogado Jorge Lobo, pretendem ingressar com outras ações. "A estratégia é pulverizar", afirma Aurélio Valporto, que será autor de outra ação.

Um dos questionamentos é sobre o uso do Twitter pelo empresário. Segundo o engenheiro, ele divulgava mensagens otimistas, ao mesmo tempo em que estaria vendendo os papéis da companhia. "Ele induziu os acionistas ao erro".

Também foi incluída menção a um vídeo institucional da OGX, em que Eike fazia promessas que não foram cumpridas.

A CVM informou que não comentará eventual ação judicial contra a autarquia e que continua apurando os fatos envolvendo a OGX e outras
companhia do grupo.

ACORDO

Alvo de dois processos abertos na Comissão de Valores Mobiliários, o empresário Eike Batista e ex-executivos ligados ao grupo EBX -hoje praticamente resumido às duas empresas em recuperação judicial, OGX (petróleo) e OSX (estaleiros)- estão tentando fazer acordos com a autarquia para encerrar as investigações.

O acordo consiste na assinatura de um Termo de Compromisso com a CVM, instrumento pelo qual os acusados pagam para extinguir o processo. A primeira proposta foi referente a irregularidades de informações sobre as ações da LLX (logística), já recusada pela autarquia.


Endereço da página:

Links no texto: