Folha de S. Paulo


Argentina vai liberar mercadorias brasileiras presas nas fronteiras, diz ministro Pimentel

A Argentina liberará os produtos brasileiros que estão retidos nas fronteiras, afirmou hoje o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na saída de uma reunião na Casa Rosada, em Buenos Aires.

Entre as mercadorias estão 700 mil pares de calçados, provenientes principalmente do Rio Grande do Sul.

Pimentel, acompanhado do assessor de assuntos internacionais Marco Aurélio Garcia, teve reuniões nesta quarta (4) e quinta-feira (5) com dois novos ministros de Cristina Kirchner: Axel Kicillof, da Economia, e Jorge Capitanich, chefe de gabinete da Casa Rosada.

"Estou otimista. Tivemos duas reuniões importantes e demonstrou um desejo muito grande da equipe econômica argentina de buscar resolver esses pequenos problemas", disse Pimentel a um grupo de correspondentes brasileiros, na saída do encontro. "O importante é que o que estava incomodando aos nossos exportadores, principalmente os gaúchos, vai ser resolvido."

Para o ministro, o diálogo com a nova equipe econômica da Argentina nunca foi interrompido mas, a partir de agora, "seguirá revigorado".

Um tema abordado nas reuniões, segundo Pimentel, foi o uso das DJAIs (Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação), uma das maiores reclamações dos exportadores brasileiros. O documento, exigido em toda venda para a Argentina, é usado pelo governo local para reter importações e, dessa maneira, regular os resultados do comércio exterior.

"Temos que dar um pouco de tempo para o novo secretário de Comércio Interior, Augusto Costa, que acabou de assumir, para que ele examine esse mecanismo. Mas há muito boa vontade da Argentina. Ele vão estudar e voltaremos a falar sobre isso."

UNIÃO EUROPEIA

A proposta que Brasil e Argentina apresentarão junto à União Europeia nos próximos meses também foi um dos temas das conversas entre Pimentel e as autoridades argentinas.

"Havia uma dúvida de analistas de que a Argentina não faria uma oferta. Está esclarecido, vai fazer. Teremos uma proposta dos quatro países do Mercosul e a Venezuela acompanhará", disse.

Pimentel informou que o ministro da Economia argentino, Kicillof, deverá ir ao Brasil na segunda quinzena de janeiro para discutir o novo acordo automotivo entre os dois países. Capitanich, novo chefe de gabinete de Cristina, fará uma visita a São Paulo ainda em dezembro, para ser apresentado a empresários brasileiros.


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