Folha de S. Paulo


Indústria sustenta tendência de recuperação e cresce 0,6% em outubro

A indústria manteve a tendência de recuperação em outubro e subiu 0,6% na comparação com o mês anterior --quando havia registrado expansão de 0,5%, segundo dados divulgados na manhã desta quarta-feira (4) pelo IBGE.

O resultado representa o terceiro avanço seguido -- o dado de agosto, que apresentava estabilidade, foi revistado para expansão de 0,2% -- e supera as expectativas do mercado, de 0,05%.

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Nos três meses encerrados em outubro, o setor fabril acumula uma alta de 1,6%. Tal resultado, porém, não é suficiente para zerar as perdas de maio a julho, quando, na média, a indústria teve uma perda de 2,3%.

"Mesmo com esse crescimento nos últimos três meses, a indústria não supera o fraco desempenho dos meses anteriores, quando a maioria dos setores tinha queda", disse André Macedo, gerente do IBGE.

O desempenho ocorre num momento difícil para o setor, que sofre com juros mais altos, crédito restrito e confiança dos empresários debilitada. O menor otimismo se traduziu na queda dos investimentos no terceiro trimestre e na consequente retração do PIB (de 0,5%) em relação ao segundo trimestre.

A indústria sofre ainda com a maior concorrência de importados e sente ainda dificuldades para colocar seus produtos no mercado externo, contraído diante do baixo crescimento da economia mundial.

Editoria de Arte/Folhapress

Ainda assim, a indústria caminha para inverter, neste ano, a queda de 2,6% registrada em 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor registrou expansão de 1%. De janeiro a outubro, o crescimento ficou em 1,6%.

Comparada com outubro de 2012, a produção industrial mostrou avanço de 0,9%, de acordo com o IBGE.

SETORES

Segundo o IBGE, o crescimento em outubro foi disseminado entre a maioria dos setores. De setembro para outubro, 21 das 27 atividades registraram expansão, numa tendência distinta dos meses anteriores.

Em geral, quando a indústria crescia, era sustentada por poucos segmentos e de grande peso, como o de veículos --que em outubro caiu após a retirada gradual do desconto do IPI. O ramo, porém, tinha crescido 5,9% --ou seja, resta ainda um saldo positivo nesses últimos dois meses.

Em parte, a melhora em outubro se deve à proximidade do final de ano, quando alguns ramos aumentam a produção para abastecer o varejo no Natal.

Pelos dados do instituto, os setores que mais cresceram de setembro para outubro foram edição e impressão (13,1%), máquinas e equipamentos (2,7%), refino de petróleo e álcool (2,2%) e indústria extrativa (2%), seguindo a ordem de impacto geral da indústria.

Já as quedas de destaque ficaram com veículos (-3,1%), bebidas (-5,9%) e produtos químicos (2,2%).


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