Folha de S. Paulo


Consórcios aprovados para o leilão operam maiores aeroportos do mundo

Em linha com as regras mais rígidas exigidas pelo governo no leilão de Galeão (RJ) e Confins (MG), os grupos interessados na disputa pelos dois aeroportos buscaram sócios que operam os maiores aeroportos do mundo.

Cinco consórcios entraram na disputa desta sexta-feira (22). Todos são formados por grandes construtoras nacionais aliadas a empresas com experiência em terminais de volume. O valor mínimo a ser pago pelas concessões é de R$ 5,9 bilhões -- R$ 4,8 bilhões para Galeão e R$ 1,1 bilhão para Confins.

A Odebrecht se associou ao Changi Aiport Group, operador do aeroporto de Cingapura. A Ecorodovias, do grupo CR Almeida, terá como sócia a Fraport AG, controladora dos aeroportos de Frankfurt (Alemanha) e Lima (Peru).

O consórcio da Carioca Engenharia é formado pela associação da ADP Airports, que opera o aeroporto de Paris.

A espanhola Ferrovial, administradora de Heathrow, em Londres, entrou de parceira da Queiroz Galvão. Já a CCR, dos grupos Andrade Gutierrez, Camargo Corera e Soares Penido, se juntou à Flughafen Zurich, que opera o aeroporto de Zurique, na Suíça.

A presença de grandes operadores foi comemorada pelo governo, que em 2012, viu grupos de pequeno e médio porte venceram a disputa por Viracopos e Guarulhos.

Havia o temor de que os concessionários tivessem dificuldades na operação dos terminais e com prazos do cronograma de obras e melhorias.

Para afastar esse risco, o governo apertou as regras para o leilão desta sexta-feira. Passou a exigir a presença de um operador com mais experiência nos consórcios.

O consórcio de Galeão deveria contar com um grupo que administra um aeroporto de ao menos 22 milhões de passageiros por ano. Para Confins, 12 milhões por ano. No primeiro leilão, a exigência era de 5 milhões para os três terminais ofertados.

Os dois aeroportos leiloados hoje estão entre os maiores terminais do país. Respondem, juntos, pela movimentação de 14% dos passageiros e 12% dos aviões do tráfego aéreo brasileiro.

CONSÓRCIOS DO LEILÃO

ODEBRECHT TRANSPORT (grupo Odebrecht)
Sócio operador: Changi Airport Group (Cingapura)
Aeroporto controlado: Changi (Cingapura)
Passageiros: 51,2 milhões
Faturamento: € 1,2 bilhão
Funcionários: 1.400

ECORODOVIAS (grupo CR Almeida)
Sócio operador: Fraport AG (Alemanha)
Aeroportos controlados: 13 (principais: Frankfurt, Alemanha; Antalya, Turquia; Lima, Peru)
Passageiros: 188 milhões
Faturamento: € 2,5 bi
Funcionários: 21 mil

CARIOCA ENGENHARIA
Sócio operador 1: ADP Airports (França)
Aeroportos controlados: 13 (principais: Paris; Orly, França)
Passageiros: 88 milhões
Faturamento: € 2,6 bi
Funcionários: 9.000
Sócio 2: Schipol (Holanda)
Aeroportos controlados: 4 (principal: Amsterdã)
Passageiros: 55 milhões
Faturamento: € 1,4 bilhão
Funcionários: 2.100

GRUPO QUEIROZ GALVÃO
Sócio operador: Ferrovial (Espanha)
Aeroportos controlados: 4 (principais: Heathrow, Inglaterra; Glasgow, Escócia)
Passageiros: 100 milhões
Faturamento: € 7,7 bilhões
Funcionários: 2.100

CCR (grupos Andrade Gutierrez, Camargo Correa e Soares Penido)
Sócio operador 1: Flughafen Zürich AG (Suíça)
Aeroporto: Zurique (Suíça)
Passageiros: 25 milhões
Faturamento: € 758 mi
Funcionários: 1.400
Sócio 2: Flughafen Munchen (Alemanha)
Aeroporto: Munique
Passageiros: 38 milhões
Faturamento: € 1,2 bi
Funcionários: 7.600

Fonte: balanços anuais
das operadoras, 2012


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