Folha de S. Paulo


Leilão de energia terá fonte solar pela primeira vez no Brasil

O Brasil abre pela primeira vez nesta segunda-feira (18) espaço em um leilão de energia para empresas interessadas em investir em projetos solares. No pregão, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) vai comprar energia, gerada a partir de fontes limpas, para ser entregue às distribuidoras em 2016.

A maioria dos 429 projetos habilitados é de fornecedores de energia eólica (381), contra 31 de energia solar fotovoltaica.

"Muito provavelmente, as geradoras de energia solar ainda não vão entrar de modo competitivo nesse primeiro leilão no atacado", afirma Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A razão é o preço. "Será dura a competição com a eólica que é muito mais barata", explica.

Segundo ele, a energia solar é hoje no Brasil de três a quatro vezes mais cara que a gerada pelo vento. "A tendência é cair o preço, que foi reduzido à metade em dez anos."
Tolmasquim calcula que a eólica deve entrar no leilão em torno de R$ 110 reais o megawatt-hora.

REGULAMENTAÇÃO

A energia solar ainda engatinha no Brasil. Está entrando de forma descentralizada nas residências, desde que houve a regulamentação da Aneel.

"Foi permitido no ano passado a instalação de medidores bidirecionais, aqueles que medem quanto é consumido, quanto se recebe da rede e quando se manda para a rede a partir do painel fotovoltaico", explica o presidente da EPE.

Não há números oficiais de quanto é disseminada a tecnologia. As células dos painéis solares são importadas.

O uso industrial é ainda menor. "A tendência é começar nas residências. A indústria precisa de muita energia e a solar não é tão intensiva", diz Tolmasquim.

As projeções é de que a energia eólica vai representar 9,5% da geração elétrica da nossa matriz energética em 2022.

De acordo com o Plano Expansão de Energia para os próximos dez anos, a energia solar tem elevado potencial para sua conversão em energia elétrica, com irradiação global média anual entre 1.200 e 2.400 kWh/m²/ano.

Segundo o Ministério das Minas e Energia, em países europeus que mais exploram esta fonte, como Alemanha e Espanha, os valores variam, respectivamente, nas faixas de 900-1.250 e de 1.200-1.850 kWh/m²/ano.


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