Folha de S. Paulo


BNDES sinaliza nova prorrogação para dívida da OSX, de Eike Batista

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, crê numa "solução" para a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, e sinalizou com a possibilidade de uma nova prorrogação de um empréstimo à empresa.

O banco estatal já havia prorrogado para novembro um débito de R$ 548 milhões. Indagado sobre um novo adiamento, Coutinho disse: "Quando há uma perspectiva de solução [para evitar a inadimplência da empresa], nós precisamos estar atentos para que essas soluções possam acontecer."

Para o presidente do banco estatal, a OSX possui "muito ativos valiosos", que superam o valor de suas dívidas. Desse modo, avalia, "dar tempo para que as soluções [venda da companhia, por exemplo] possam acontecer é uma estratégia sensata".

Ocorre que uma boa parte dos ativos da OSX está atrelado à OGX, petroleira do grupo X que pediu recuperação judicial. A dívida está avaliada entre US$ 900 milhões (valor que a OGX reconhece como devido) e R$ 2,6 bilhões --total cobrado pela companhia de construção naval.

RECUPERAÇÃO DA OGX

Segundo o executivo, o processo de recuperação judicial da OGX "já era esperado" e não era uma "novidade" para o mercado, já que não houve acordo com os credores da companhia.

Coutinho minimizou o valor recorde de R$ 11,2 bilhões da recuperação da companhia e diz que esse volume de recursos está "concentrado em grandes fundos [de investimentos] com patrimônios imensos, que podem absorver [um desconto na dívida]".

O executivo não vê prejuízo a outras empresas que tentem captar recursos no exterior por conta da recuperação judicial da OGX. "Há uma boa janela de liquidez."
A petroleira do grupo de Eike Batista não tem débitos com o BNDES.

Segundo Coutinho, o banco estatal tem ainda uma exposição de cerca de R$ 500 milhões em empréstimos já liberados, cobertos por fiança bancária.

Ao todo, o BNDES aprovou financiamentos de R$ 10 bilhões ao grupo "X". Desse total, R$ 6 bilhões foram liberados e repassados às empresas de Eike.

O banco considera que a maior parte desses recursos, porém, não é mais um risco associado ao grupo EBX, após a venda de empresas como MPX (rebatizada de Eneva, a empresa de energia tinha a maior dívida, de R$ 4 bilhões), MMX (mineração) e LLX (logística).

CONCESSÃO DE AEROPORTOS

O presidente do BNDES disse acreditar que o leilão de concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG) será "bastante disputado". "Temos conversado com muitas empresas. Não faltam interessados."

São grupos internacionais de grande porte, associados a empresas brasileiras, segundo o executivo, que não relevou nomes. O leilão será realizado em 22 de novembro.

Coutinho disse que há mais interesse pelo Galeão, por se tratar de um aeroporto que poderá se tornar "um grande hub [base de concentração] de voos internacionais".


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