Folha de S. Paulo


Estaleiro OSX, de Eike, tenta levantar R$ 400 milhões

A empresa naval OSX, de Eike Batista, tenta levantar até R$ 400 milhões para escapar da recuperação judicial. O destino da companhia será decidido até o início da próxima semana.

A empresa vem sendo pressionada pelos fornecedores, que estão com pagamentos em atraso e já protocolaram protestos na Justiça.

A OSX quer evitar seguir o mesmo caminho da petroleira OGX, que pediu recuperação judicial ontem. A medida provocaria um constrangimento para o governo, porque significaria um calote de R$ 1 bilhão de empréstimos dados por Caixa e BNDES.

O dinheiro novo pode vir de três fontes: uma parceria com o grupo espanhol Dragados no estaleiro localizado no porto do Açu; um empréstimo de R$ 100 milhões dos bancos Santander e Votorantim; e R$ 200 milhões da venda de um equipamento, conforme antecipou a Folha.

Votorantim e Santander garantem, respectivamente, os empréstimos de BNDES e Caixa. Os quatros bancos negociam a renovação da linha de crédito por um ano e a injeção de dinheiro novo.

Segundo apurou a reportagem, a renovação do crédito ainda não foi concluída, porque o Santander gostaria que a Caixa reduzisse um pouco o tamanho da sua garantia.
O Santander também é o responsável por aproximar a OSX da espanhola Dragados.

A situação da OSX é menos desesperadora que a da petroleira OGX, porque tem ativos valiosos, que superam o montante da dívida.

Segundo fontes próximas à companhia, se os fornecedores aceitarem negociar, as dívidas da OSX ficariam em R$ 4 bilhões. Já suas plataformas de petróleo e outros equipamentos valem um pouco mais que isso.

O problema é que a OSX precisa de tempo para vender as plataformas e pagar as dívidas. Os fornecedores menores estão protocolando processos na Justiça.

Sergio Moraes/Reuters
Plataforma construída pela OSX, que tenta se levantar R$ 400 mi para evitar recuperação judicial
Plataforma construída pela OSX, que tenta se levantar R$ 400 mi para evitar recuperação judicial

A negociação com os maiores fornecedores vem sendo dura. Um dos principais credores é a ítalo-argentina Technit, que cobra a despesa com a construção da unidade de exploração WHP-2.

A Technit quer R$ 1 bilhão de indenização, mas a OSX só reconhece R$ 300 milhões de dívida. O equipamento seria utilizado pela OGX, que desisitiu da encomenda.

A empresa também vem tentando renegociar as condições do pagamento dos seus bônus no exterior, que chegam a US$ 500 milhões.


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