Folha de S. Paulo


OGX não entra em acordo com credores e fica mais perto de recuperação judicial

A OGX informou na madrugada desta terça-feira (29) que, após meses de negociação, não conseguiu chegar a um acordo com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da companhia para reestruturar a dívida da petroleira.

A empresa fica agora ainda mais próxima da recuperação judicial, como já esperado pelo mercado. O pedido pode ser feito ainda nesta terça-feira, segundo três fontes próximas ao negócio.

Com problemas de caixa, a OGX possui dívidas superiores a US$ 5 bilhões e está prestes a ser declarada inadimplente por não ter honrado o pagamento R$ 45 milhões em juros sobre bônus emitidos no exterior que venceram no início de outubro, para qual tinha prazo de 30 dias para negociar uma alternativa.

Diante das dificuldades recentes da petroleira, bancos credores correm para se proteger e evitar calotes.

Santander, Itaú BBA e Morgan Stanley anunciaram ontem um acordo pelo qual, se a OGX ficar inadimplente, eles podem vender para a Eneva (ex-MPX) a fatia da petroleira na OGX Maranhão.

Pelo acordo firmado ontem, os bancos receberão R$ 200 milhões da Eneva, caso a venda se concretize.

DIFICULDADES

A derrocada da empresa no mercado acompanhou a frustração com a campanha exploratória, que nunca conseguiu entregar aos acionistas os resultados prometidos.

Declarações de Eike feitas no ano passado informavam que a petroleira iria produzir 50 mil barris de petróleo por dia este ano.

A maior aposta da OGX, Tubarão Azul, na bacia de Campos, resultou em uma produção muito abaixo do esperado desde o início, registrando cerca de 5 mil barris diários, contra expectativa de 15 mil barris diários alardeado pela empresa.

Por problemas operacionais, não produziu uma gota de óleo em agosto. O campo deve ser desativado em 2014.

Diante da crise de credibilidade e dos problemas para levantar recursos, a empresa passou a considerar a recuperação judicial como forma de tentar se levantar.

Mesmo que isso ocorra, a petroleira precisa de um aporte novo de capital para que siga operando, já que enfrenta sérias dificuldades de caixa.

Com agências de notícias


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