Folha de S. Paulo


Valec diz que empresa nanica pode perder parte da concorrência de trilhos

A Valec, estatal de ferrovias, informou neste domingo (26) que a RMC Participação, empresa que concorre pela venda de trilhos para a estatal, poderá não ganhar os seis lotes para os quais estava em primeiro lugar. O valor total da venda chegaria a R$ 750 milhões.

De acordo com a Valec, a RMC poderá perder o primeiro lugar na disputa por dois dos lotes em questão, que somariam R$ 260 milhões em valor de venda.

Licitação confusa da Valec fez custo crescer 43%

Conforme a Folha mostrou neste domingo, a RMC é uma pequena empresa com sede em Belo Horizonte. Ela foi criada em 2012 e até semanas antes da concorrência não tinha sequer patrimônio para participar da disputa.

Em parceria com a empresa chinesa Pangang Group, chegou a estar na frente de seis dos oito lotes da concorrência para a compra de trilhos para as Ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste.

Em nota divulgada após a publicação do texto, a Valec diz que "a reportagem informou incorretamente os nomes dos primeiros colocados". Até sexta-feira, porém, os documentos públicos disponíveis da concorrência no site da Valec apontavam que a empresa era a primeira colocada nos seis lotes.

De acordo com a estatal, a RMC apresentou o menor preço em quatro lotes. Em outros dois, a companhia estava em segundo lugar, mas o consórcio primeiro colocado, formado pelas empresas L.B.Foster Company & Capricórnio S/A, havia sido inabilitado por problemas de documentos, conforme constavam nos documentos públicos. Por isso, a RMC ocupava o primeiro lugar.

Ainda segundo a nota da estatal, a Valec ainda pode rever a inabilitação do consórcio L.B.Foster Company e Capricórnio S/A, mantendo-a, então, em primeiro lugar. Caso a decisão ocorra, a L.B.Foster ficará com esses dois lotes, se a RMC não entrar com novo recurso.

A estatal de ferrovias defende que procurou na concorrência dos trilhos iniciada em setembro atrair o maior número possível de empresas para a disputa. E que, na atual licitação, previu no edital que as empresas estivessem com toda a documentação necessária.

"Os editais foram elaborados de forma transparente, atendendo todas as determinações feitas pelo Tribunal de Contas da União, que acompanhou o processo desde o início, objetivando atrair a maior quantidade de participantes possíveis, o que pode ser comprovado com a participação de três consórcios", informa a nota da estatal.


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