Folha de S. Paulo


Rombo nas contas externas em setembro é o menor do ano

O rombo nas contas externas do país somou US$ 2,629 bilhões em setembro, menor déficit mensal registrado neste ano e próximo ao saldo negativo do mesmo mês do ano passado (US$ 2,6 bilhões), informou nesta sexta-feira o Banco Central.

O resultado, porém, foi influenciado por um fator atípico, uma forte entrada de remessas de lucros e dividendos de empresas brasileiras no exterior para o Brasil. Em setembro, entraram US$ 3,029 bilhões nessa modalidade, valor recorde e muito acima da média dos demais meses do ano (US$ 177 milhões).

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, reconheceu que foi algo pontual.

"Em geral, temos recursos recorrentes, mas em volume menor. As empresas que decidem a hora de internalizar esses recursos. Naturalmente, não representam apenas lucros desse exercício", disse.

No acumulado do ano, porém, o resultado negativo nas contas externas de US$ 60,4 bilhões é recorde e 77% maior que o registrado nos primeiros noves meses de 2012 (US$ 34,1 bilhões).

Pressionado pela piora do desempenho na balança comercial, o déficit de 2013 já supera todo o rombo do ano passado (US$ 54,2 bilhões). A piora do déficit nas trocas externas do país reflete, principalmente, o aumento das importações de combustíveis e a queda nas exportações de petróleo.

Além das trocas comerciais, as transações correntes incluem também receitas e despesas com serviços, como viagens e aluguéis de equipamentos, mais as transferências de renda, como remessa de lucros e pagamento de juros.

INVESTIMENTO PRODUTIVO

De acordo com o Banco Central, entraram US$ 4,8 bilhões em investimento estrangeiro produtivo em setembro, valor mais que suficiente para compensar o déficit em conta corrente do mês.

Esse tipo de investimento, destinado a compra e criação de empresas, é menos volátil que o capital financeiro e, por isso, é considerado a melhor forma de financiar o déficit nas transações correntes.

No ano, porém, a entrada de investimento produtivo soma US$ 43,782 bilhões, valor inferior ao saldo negativo nas contas externas.


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