Folha de S. Paulo


Desemprego cresce em SP, apesar da melhora da indústria

Maior mercado de trabalho do país, a região metropolitana de São Paulo sofreu uma deterioração em setembro, embora o setor industrial, de peso relevante na área, tenha ampliado a geração vagas naquele mês.

A taxa de desemprego da região subiu de 5,4% em agosto para 5,8% em setembro. Foi a segunda mais alta entre as seis áreas metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, ao lado da de Recife, também em 5,8%. A maior ficou com Salvador (9,3%).

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Para o IBGE, São Paulo é um "farol" do mercado de trabalho do país e serve para antecipar tendências, dada a sua importância. A região corresponde a cerca de 40% do emprego nas metrópoles abrangidas pela pesquisa, que inclui ainda Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Uma procura mais acelerada por trabalho num cenário em que não ocorreu geração de novos postos de trabalho foi determinante para estancar a queda da taxa de desemprego em São Paulo, segundo Cimar Azeredo, coordenador de Emprego e Rendimento do IBGE.

Apesar da alta de agosto para setembro, a taxa de desemprego ficou abaixo da registrada em setembro de 2012 --6,5%.

De um lado, o número de pessoas desempregadas e a procura de trabalho cresceu 7,6% de agosto para setembro (ou 42 mil pessoas). Do outro, houve um leve redução do total de pessoas ocupadas (ou 11 mil).

A boa notícia veio da indústria, que ampliou o número de vagas em 1,4% de agosto para setembro, um acréscimo de 25 mil pessoas. Outro setor com bom desempenho (alta de 5%) foi o de serviços prestados às empresas, que, em parte, cresce a reboque do setor industrial, que demanda trabalhadores do ramo, como consultores, seguranças, pessoal de limpeza e outros.

Por outro lado, o comércio demitiu mais do que contratou, com saldo negativo de 3% em relação a agosto.

EMPREGO FORMAL

Em São Paulo, houve ainda avanço do emprego formal, com alta de 1,1% de agosto para setembro e de 5,7% na comparação com setembro de 2012. Já o trabalho sem carteira recuou 5% ante agosto e 12,5% em relação a setembro do ano passado.

Para Azeredo, o principal motivo é uma maior fiscalização do governo e a concessão de crédito vinculada à adequação das empresas ao cumprimento das leis trabalhistas e outras normas. "Não temos abertura de novas vagas, mas os que estão no mercado de trabalho têm sido formalizados."

A mesma tendência se repetiu no conjunto das seis regiões. O emprego com carteira aumentou 1% em relação a agosto e 3,5% ante setembro de 2012 --o que corresponde, nesse caso, a um acréscimo de 400 mil pessoas. Já as vagas informais caíram 2% e 10,2%, respectivamente.


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