Folha de S. Paulo


Bioquerosene para aviação será inviável sem política pública, diz representante do setor

O uso de bioquerosene pelo setor aéreo brasileiro será inviável sem políticas públicas como as adotadas para incentivar o uso do álcool veicular, afirmou o presidente da Abear, associação que representa as quatro maiores empresas áreas do Brasil, nesta quinta-feira (24).

"Se não houver políticas públicas para o bioquerosene, não vai ter bioquerosene", disse Eduardo Sanovicz durante palestra em um evento promovido pela Gol.

Segundo ele, o bioquerosene é quatro vezes mais caro que o querosene de aviação usado pelas empresas atualmente, e cujo preço tem subido em meio a alta do dólar e pesado nos custos das companhias.

COM ÓLEO DE COZINHA

Na quarta-feira (23) a Gol realizou o primeiro voo comercial com combustível alternativo no Brasil --com óleo de cozinha reciclado de restaurantes da Califórnia. A mistura de até 25% de bioquerosene alternativo foi adicionada ao querosene de aviação (QAV) tradicional no voo G3 1408, que saiu de Congonhas para Brasília.

A iniciativa é um marco no programa Plataforma Brasileira de Bioquerosene, uma iniciativa que reúne Boeing, Embraer, Gol, Amyris e outras empresas e entidades públicas com o objetivo de viabilizar uma produção em escala comercial.

Atualmente, os combustíveis de aviação alternativos custam de 350% a 400% mais caros do que o QAV normal. "Com 25% de mistura, vamos gastar o dobro do que o custo normal do voo", diz o diretor de técnico operacional da Gol, Pedro Scorza. O litro do QAV custa R$ 2, enquanto o alternativo custa R$ 7,5.


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