Um protesto que começou no fim da tarde da segunda-feira (21) em São Paulo terminou em confusão entre manifestantes e PMs na praça da República, no centro. Por volta das 18h, cerca de 150 pessoas, segundo estimativa da PM, se reuniram no vão-livre do Masp para o "3º Ato 1 Milhão Pela Educação"-- eles protestavam contra o leilão do pré-sal e, ao mesmo tempo, pela melhoria na educação pública.
O grupo desceu a rua da Consolação e seguiu até a Secretaria Estadual da Educação, que fica na praça da República. O primeiro tumulto começou quando pequeno grupo, em que havia "black blocs", lançou pedras contra a vidraça de uma agência da Caixa Econômica Federal, mas foi logo reprimido por PMs. O banco não chegou a ser danificado. Perto dali, a carroça de um morador de rua foi incendiada.
Durante a ação da PM, porém, profissionais da imprensa reclamaram de truculência e agressão. A fotógrafa Marlene Bergamo, da Folha, teve parte do equipamento danificado. Nelson Antoine, das agências Fotoarena e AP, diz ter ficado com o braço inchado após receber pelo menos cinco golpes de cassetete. Questionada, a PM não respondeu até a publicação deste texto.
Após o primeiro incidente, um grupo com cerca de 15 pessoas sentou na faixa de pedestres da avenida Ipiranga e bloqueou o tráfego na via. Eles eram observados por uma grande quantidade de PMs, agrupados em filas. Seguranças se deslocaram para proteger as entradas do metrô contra tumultos e atos de vandalismo.
Após mais pedras serem lançadas, houve nova reação da PM, que dispersou o grupo com bombas de efeito moral e perseguiu manifestantes por ruas do entorno da praça. Um grupo de cerca de dez pessoas foi revistado em um bar na rua Dom José de Barros, mas acabaram liberados.
No total, segundo o Tenente Coronel da PM que chefiou a operação, cinco pessoas foram detidas até a dispersão total dos manifestantes. Segundo ele, cerca de 500 policiais foram deslocados para a manifestação.