Folha de S. Paulo


Ações da Petrobras disparam após leilão de Libra e Bolsa firma alta

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, firmou alta nesta tarde de segunda-feira (21), influenciado pela disparada das ações da Petrobras depois do resultado do leilão de Libra, no pré-sal.

Às 15h53 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,72%, a 55.777 pontos. No mesmo horário, as ações mais negociadas da estatal avançavam 4,23%, a R$ 18,69, enquanto os papéis ordinários da companhia, com direito a voto, tinham ganho de 3,49%, a R$ 17,45. Juntas, essas duas ações representam cerca de 10% do Ibovespa.

Ao vivo: acompanhe os destaques do mercado financeiro
Folha responde as dúvidas de leitores sobre investimento; envie a sua

Realizado em meio a muitas manifestações, o leilão do campo de Libra definiu o direito exploratório da seguinte forma: Petrobras terá 10% (além dos 30% obrigatórios), Shell e Total, 20% cada, e CNPC e CNOOC, 10% cada.

"Estamos falando de uma área muito grande e com um potencial enorme de produção", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. "Apesar de as empresas terem que investir bastante em produção, o potencial de retorno é enorme", acrescenta.

Para Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano), a alta das ações da Petrobras reflete um "alívio" que o mercado sentiu com o resultado do leilão.

"O sentimento geral era negativo, porque a Petrobras teria que assumir uma parcela muito grande de Libra sem estar nas melhores condições de caixa. O que ficou definido, porém, agradou o mercado porque a Petrobras não fugiu muito do mínimo que ela tinha que ter de participação no campo, de 30%", diz.

O mais positivo, segundo Luana, foi a parcela do lucro das empresas com a produção de petróleo no campo de Libra que deve ser paga ao governo. "Ela ficou definida em 41,65%, o mínimo projetado. Havia especulações de que as empresas poderiam ter que dar até 70% do lucro com o petróleo produzido em Libra para o governo", avalia.

A analista diz que dois fatores ajudaram a fazer com que mais empresas não participassem do leilão: primeiro, a forma do contrato, que previa uma parcela grande do lucro para o governo, e, segundo, o fato de a exploração no pré-sal ainda ser muito nova. "As empresas podem querer esperar para ver como será feita a exploração dessa área antes de se comprometerem", diz.

No campo negativo da Bolsa, o Bradesco via suas ações caírem 1,90%, a R$ 32,44, mesmo após o segundo maior banco privado do Brasil ter divulgado um lucro líquido de R$ 3,064 bilhões no terceiro trimestre deste ano, 7,1% superior ao registrado no mesmo período de 2012. A instituição financeira, no entanto, revisou para baixo sua estimativa de crescimento para a margem financeira de juros.

A alta de 1,95% das ações mais negociadas da Vale, às 16h01, também ajudava a Bolsa brasileira a se manter no azul. Esses papéis correspondem a mais de 8% do Ibovespa.

CÂMBIO

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,72% em relação ao real, às 16h02, cotado em R$ 2,179 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, estava estável em R$ 2,176.

O Banco Central realizou pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar.

Foram vendidos todos os 10 mil contratos de swap oferecidos pelo BC: 6 mil tinham vencimento em 1º de julho de 2014, movimentando US$ 297,0 milhões, enquanto os outros 4 mil tinham vencimento em 5 de março de 2014, girando mais US$ 199,1 milhões.


Endereço da página:

Links no texto: