Folha de S. Paulo


Ministro da Justiça tranquiliza Dilma e garante leilão apesar de protestos

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ligou por volta das 14h para a presidente Dilma Rousseff para tranquilizá-la em relação às manifestações contra o leilão do campo de Libra, que acontecerá às 15h em um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Ele explicou para a mandatária que no pico do protesto havia cerca de 400 manifestantes, mas que perto do horário do leilão, previsto para 15h, restavam apenas 100 pessoas. Muitos se afastaram depois que a violência da polícia contra os manifestantes aumentou.

O governo montou um forte esquema de segurança envolvendo a Força Nacional, exército, polícia civil, polícia militar e marinha, para garantir a realização do leilão.

Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas contra os manifestantes, que responderam com pedras e tentativas de invasão. Além das pessoas envolvidas no protesto, jornalistas foram feridos.

A presença de black blocs aumentou a tensão do protesto, estimulados pelos petroleiros, que se afastaram para que o grupo, conhecido por práticas mais agressivas de manifestação, pudesse enfrentar a Força Nacional.

O campo de Libra é a maior descoberta de petróleo já feita no país. Petroleiros e outros sindicatos criticam a venda, classificadas por eles como privatização.

Segundo o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, presente no evento, os manifestantes estão equivocados. "Parte do petróleo vai voltar para a União, essa é a diferença principal desse leilão", explicou.

Este será o primeiro leilão sob o regime de partilha. Vence a disputa quem oferecer mais petróleo à União, ao contrário dos leilões anteriores, no qual a oferta financeira vence a disputa. No caso do campo de Libra, o percentual mínimo estipulado foi de 41,65% da produção do campo, estimada em 1,4 milhão de barris de petróleo por dia.


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