Folha de S. Paulo


Manifestantes ateiam fogo em carro; chega a seis o número de feridos

Já chega a seis o número de feridos no protesto na manhã desta segunda-feira (21) contra o leilão do campo de Libra, marcado para as 15h. O confronto começou por volta das 10h45 na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Um manifestante levou vários tiros de bala de borracha e foi levado para um hospital da Barra. "Fui atingido na parte posterior da coxa. A multidão me derrubou e passou por cima de mim. Estou todo dolorido", disse Laércio de Souza da Silva, petroleiro que veio de Brasília para participar da manifestação, e é um dos feridos.

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Os manifestantes cercaram um carro da Record próximo ao bloqueio da Força Nacional, na avenida Lúcio Costa. O carro foi arrastado até o meio da pista e virado, sendo utilizado como escudo pelos mascarados, que também usaram placas de aço arrancadas da cercanias. Os manifestantes chegaram a colocar fogo no carro, mas os bombeiros apagaram as chamas rapidamente.

Uma jornalista da emissora levou um soco nas costas de um mascarado. Além dela, um fotógrafo do jornal "O Globo" também foi agredido por manifestantes.

GRITOS DE ORDEM

As palavras de ordem são em sua maioria contra a decisão do Governo pelo leilão e a favor da adoção do socialismo no país.

"Ô, Dilma, eu não me engano. Privatizar é coisa de tucano", cantam os manifestantes. "É pra lutar, é pra valer, trabalhadores no poder", dizem. "A nossa munição é o poder de parar a produção", cantam os petroleiros

"Te cuida, te cuida imperialista. A América Latina vai ser toda socialista", cantam os manifestantes.

SEGURANÇA

Desde ontem parte da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde ocorrerá o leilão, tem a segurança reforçada.

Estão no local cerca de 1.100 homens do Exército, das polícias Federal, Rodoviária Federal, da Força Nacional, além de agentes das polícias Civil e Militar do Rio.

SÃO PAULO

Por volta das 8h da manhã desta segunda, metalúrgicos também protestaram contra o leilão do pré-sal, em São Paulo.

Trabalhadores da região da Mooca se concentraram no conhecido buraco do Sapo (reduto de sindicalistas no Ipiranga).

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Manifestação em São Paulo contra o leilão do pré-sal, marcado para começar às 15h no Rio de Janeiro
Manifestação em São Paulo contra o leilão do pré-sal, marcado para começar às 15h no Rio de Janeiro

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