Folha de S. Paulo


Pré-sal carrega a esperança de autossuficiência

Até 2010, o Brasil era exportador líquido de gasolina. De lá para cá, com a crescente demanda de combustíveis no país e a queda de produção de petróleo da Petrobras, o país virou importador.

Realidade que contribuiu para o aumento no déficit da balança comercial de petróleo e derivados. Neste ano, até setembro, o déficit atingiu o valor recorde de US$ 16,5 bilhões, contra US$ 2,4 bilhões no ano passado.

A alardeada autossuficiência do país em 2006 durou pouco, mas poderá voltar quando a exploração do pré-sal se expandir. Hoje, contribui com 300 mil barris do 1,9 milhão produzido diariamente.

Segundo o assessor especial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Leonardo Guerra, as previsões apontam para um superávit na conta petróleo de US$ 15 bilhões em 2020.

Ele considera uma produção de mais de 4 milhões de barris em 2020, excluindo a produção do campo gigante de Libra, que pode acrescentar mais 1 milhão de barris.

Mas, para escapar da importação de derivados de petróleo, será preciso construir novas refinarias.

Hoje, a capacidade de refino do país é de 2,1 milhões de barris por dia. Com as novas refinarias já programadas (Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Maranhão) a capacidade sobe para 3,7 milhões, ainda bem abaixo da produção de petróleo e da demanda interna projetada.

Em 2012, o consumo de gasolina, diesel, gás de cozinha e querosene aumentou 6,5%, para um crescimento da economia de apenas 0,9%, provocado pelo incentivo do governo na venda de veículos e pela contenção artificial dos preços de combustíveis.

Editoria de Arte/Folhapress

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