Folha de S. Paulo


Maior incêndio da história do porto de Santos faz preço do açúcar subir

Um incêndio de grandes proporções, iniciado por volta das 6h10 desta sexta-feira (18), atingiu seis armazéns de açúcar de um dos terminais do porto de Santos, no litoral paulista.

O incêndio já é considerado o maior da história do porto, segundo a autoridade portuária.

Quatro funcionários ficaram feridos e foram levados a hospitais do município.

O fogo concentrou-se no terminal da Copersucar, que tem seis armazéns usados exclusivamente para açúcar.

A capacidade estática do terminal da Copersucar é de aproximadamente 300 mil toneladas, segundo a administração do porto. Não se sabe, até o momento, o tamanho do prejuízo.

Além da área da empresa, o porto de Santos tem ao menos outros quatro terminais açucareiros, que não foram afetados.

Ao todo, o porto, que é o maior da América Latina, tem 62 terminais. Os demais estão operando normalmente.

O incêndio foi controlado após cerca de seis horas de trabalho dos bombeiros, que continuam no local nesta tarde para fazer o rescaldo.

PREÇOS

O incidente desta manhã afetou os preços do açúcar nas Bolsas mundiais. Logo cedo, a cotação subiu 6% e atingiu o maior nível em um ano.

Segundo Plinio Nastari, presidente da Datagro, consultoria do setor sucroenergético, isso ocorreu porque o Brasil é o maior exportador de açúcar do mundo --responde por cerca de 47% da exportação mundial--, e a Copersucar é maior exportadora do produto no país.

"A interrupção do embarque, mesmo que temporária, faz com que o mercado reaja, mesmo sabendo que é uma interrupção temporária", afirmou. "Certamente, os outros terminais vão procurar compensar esse episódio. A capacidade portuária do Brasil é suficiente."

ESTEIRA

Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pelo porto, o fogo começou em uma esteira externa, que ficava presa a uma estrutura aérea e transportava o açúcar dos armazéns até próximo ao cais.

A própria esteira, feita de borracha e lona, teria levado o fogo aos armazéns internos. O teto de um deles chegou a desabar. A causa do incêndio ainda é desconhecida e deverá ser investigada.

Em nota, a Copersucar afirmou que sua prioridade é atender eventuais vítimas. "Há quatro brigadistas feridos, sem gravidade, já devidamente atendidos. As causas do incêndio estão sendo apuradas", informou a empresa.

De acordo com a Codesp, o porto de Santos movimentou 12,8 milhões de toneladas de açúcar de janeiro a agosto deste ano.


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