Folha de S. Paulo


País cria 211 mil vagas de emprego e tem melhor setembro dos últimos três anos

O número de postos de trabalho criados no país com carteira assinada cresceu em setembro. Foram registradas pouco mais de 211 mil novas vagas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregos), divulgados nesta quarta-feira (16).

No período, segundo levantamento do Ministério do Trabalho, foram pouco mais de 1,8 milhão de admissões, contra 1,6 milhão de demissões.

Ao vivo: Bolsas intensificam alta no mundo todo após acordo nos EUA; dólar cai

Em breve análise sobre os dados, publicada no próprio estudo, o ministério avalia que há uma "reação do mercado de trabalho" formal no país.

Em julho deste ano, o Caged registrou o pior resultado dos últimos dez anos, quando foram criadas apenas 41.463 novos postos de emprego.

Depois de realizados os ajustes no estudo --ou seja, depois que o governo incorporou as informações declaradas fora do prazo -- esse número subiu para 62 mil vagas, ainda mantendo o título de menor resultado para julho dos últimos dez anos.

Desde então, o país vem retomando o crescimento. Em agosto foram 142 mil novas vagas de emprego.

Já em setembro, mesmo sem ajustes, o mês já se destaca como o melhor dos últimos três anos, ficando abaixo apenas do resultado de 2010, quando foram criados 247 mil empregos formais.

Para o ministério, o resultado foi positivo porque houve uma "expansão quase generalizada dos setores de atividade econômica".

DESTAQUES

Os destaques positivos foram para: setor de serviços, que sozinho foi responsável pela criação de 70,5 mil postos de trabalho; indústria de transformação, com geração de 63,2 mil; comércio, com 53,8 mil; e a construção civil, com 29,7 mil postos.

O setor que não conseguiu gerar emprego foi a agricultura, que sofreu redução de 10,1 mil vagas. A menor queda para o mês, desde setembro de 2004. Para o governo, isso ocorreu por "fatores sazonais", não detalhados no estudo.

O cultivo de café foi o que mais contribuiu para a queda no emprego na agricultura. Uma perda de 18 mil vagas. No geral, o resultado só não foi pior porque alguns setores conseguiram aumentar a contratação, como no cultivo de uva, que contratou 3,4 mil trabalhadores e o cultivo de cana de açúcar, com crescimento de 2,4 mil postos com carteira.

Na última sexta-feira (11), em entrevista exclusiva à Folha, o ministro Manoel Dias (Trabalho) comentou que a média de criação de vagas no país era "excepcional".

O ministro também indicou que haveria criação de vagas no setor industrial, contrariando os últimos indicativos.

Editoria de Arte/Folhapress


Endereço da página:

Links no texto: