Folha de S. Paulo


Geração de empregos formais caiu 49% em 2012

Com o fechamento de 166 mil vagas no setor público no ano passado, a geração de empregos formais em todo o país caiu quase que pela metade no período na comparação com 2011.

Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho, o país gerou 1,148 milhão de postos de emprego formais em 2012, uma queda de 48,8% em relação aos postos criados em 2011 (2,242 milhões) e o pior resultado desde 2003 (861 mil vagas geradas).

Já o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), levantamento divulgado antes da Rais, indicava que a queda na geração de emprego formal no ano passado havia sido menor, de 32,5%.

A Rais é mais completa que os dados do Caged porque inclui não só os funcionários públicos celetistas, mas também os estatutários e temporários. A relação aponta que a administração pública fechou, em todo o país, 166.158 postos de trabalho em 2012. Desde 2001, período para o qual há dados disponíveis no site do ministério, nunca havia sido registrado fechamento de vagas no setor público.

De acordo com o Ministério do Trabalho, "a queda [do emprego] foi acentuada nos municípios, principalmente pela demissão de servidores sem vínculo nas prefeituras no mês de outubro", após as eleições municipais, portanto Em 2008, quando também houve eleições municipais, a Rais indicou a criação de 111.740 postos na administração pública.

Já em 2011, haviam sido criadas 180.221 vagas. O número inclui o desempenho das esferas federal, estaduais e municipais. Com isso, o número total de servidores públicos no país caiu 1,83% no ano passado, totalizando 8.937.443.

O dados do Caged haviam apontado uma queda menor no número de empregados do setor público em 2012 (menos 2.447). Já em 2011, havia ocorrido o contrário, a Rais revelou uma geração de postos maior que o Caged no setor (mais 16.126).

ESTADOS

Os Estados que mais fecharam vagas no setor público em termos absolutos foram: Bahia e Minas gerais (mais de 53 mil postos fechados em cada um); Pará (menos 39,4 mil); e Ceará, Rio de Janeiro e Pernambuco (redução de mais de 28 mil vagas).

Em termos relativos, o maior corte foi registrado no Rio Grande do Sul, onde o fechamento de 15 mil vagas representou uma redução de 11% no total de servidores públicos, sejam municipais, estaduais ou federais.

São Paulo foi o Estado que mais gerou vagas em termos absolutos (mais 66,4 mil), o que representou aumento de 4,13% no funcionalismo público. Já o Paraná contratou mais 43,3 mil servidores, registrando um aumento de 9,9% no total de funcionários.

RESULTADO GLOBAL

Quando consideradas também as contratações do setor privado, o país gerou 1,148 milhão de postos de emprego formais em 2012, segundo a Rais. Mais uma vez a expansão do emprego formal foi puxado por comércio (+383.478) e serviços (+794.930) no ano passado. A agricultura, por sua vez, fechou 19.533 vagas.

A Bahia foi o único estado em que as contratações dos demais setores da economia não compensaram as demissões do setor público, o que resultou num fechamento líquido de 9 mil vagas de trabalho no ano passado.


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