Folha de S. Paulo


Sindicato e bancos fecham acordo e greve pode acabar; assembleias decidem hoje

Depois de uma extensa rodada de negociação, bancos e o comando de greve dos bancários chegaram ontem a um acordo que pode por fim à greve da categoria. A paralisação, a mais longa desde 2004, chega hoje ao 23º dia.

As instituições financeiras elevaram de 7,1% para 8% --aumento real de 1,82%-- a proposta de reajuste salarial. O piso terá aumento de 8,5% (ganho real de 2,29%) --antes os bancos ofereciam elevação de 7,5%.

O principal ponto de discórdia entre as partes nas 16 horas de negociação de ontem era a compensação dos dias parados na mobilização.

Os bancos, segundo os sindicatos, exigiam que todos os dias de greve fossem compensados num período de 180 dias. A proposta final prevê agora que os funcionários fiquem uma hora a mais por dia no trabalho até 15 de dezembro.

Também foi acertado aumento de 10% sobre a parcela fixa da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e uma elevação de 2% para 2,2% no percentual de lucro que deve ser distribuído pelos bancos.

A nova proposta ainda precisa ser aprovada nas assembleias. "O Comando avalia que a proposta tem avanços nas principais reivindicações dos bancários e vamos indicar a aprovação em assembleias", afirma, em nota, a presidente do sindicato dos bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

Em São Paulo, a assembleia acontece nesta sexta-feira (11), às 17h, mas as reuniões podem durar até a segunda-feira. Assim, os trabalhadores podem voltar ao trabalho na segunda-feira.

Durante todo o período de greve, o autoatendimento nos caixas eletrônicos continua funcionando normalmente.

SAIBA O QUE FAZER DURANTE A GREVE

De acordo com o Procon-SP, diante de um cenário de greve, as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento. Se o fornecedor se recusar a disponibilizar uma alternativa, o cliente deve documentar sua tentativa e registrar uma reclamação junto ao Procon.

COMPROVANTES

O cliente deve guardar os comprovantes, tanto os que indicam que ele buscou o credor para solicitar outra forma de pagamento, quando os comprovantes de pagamento feitos por outros canais, como internet e telefone.

Editoria de Arte/Folhapress
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"No caso da internet, o comprovante pode ser impresso. Pelo telefone, o consumidor deve anotar o número do protocolo", diz o Idec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor).

ÁGUA, LUZ E TELEFONE

As contas de serviços públicos como água, luz e telefone não precisam necessariamente ser pagas nas agências bancárias. É possível quitar em casas lotéricas e em alguns supermercados.

CONTAS EM ATRASO

Para quem tem conta como luz, água, telefone, gás em atraso, a orientação é fazer o pagamento normalmente pelos canais alternativos do banco (internet, telefone, corresponde bancário).

As próprias concessionárias de serviço público costumam inserir os juros e as multas na conta do mês seguinte.

No caso dos títulos de cobrança --condomínio, escola, academia, financiamentos-- a orientação da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é pedir ao cedente do título um novo boleto já com os valores atualizados ou fazer o pagamento pelo Débito Direto Autorizado (DDA).

O DDA é um serviço de apresentação eletrônica de boletos bancários, que permite ao cliente realizar o pagamento de boletos eletronicamente.

Caso o boleto seja do próprio banco e a agência estiver fechada, o pagamento pode ser feito no site do banco. Lá, é possível solicitar nova via de boleto em atraso, mesmo para pessoas que não são correntistas.

Basta acessar o serviço de atualização de boleto, na página inicial do banco emissor do título de cobrança. Em seguida inserir a numeração do código de barras do boleto, o site irá gerar um novo boleto para pagamento.

Com o boleto atualizado, é possível pagá-lo pelos canais alternativos do banco.


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