Folha de S. Paulo


Comércio teme perdas de até 30% por greve dos bancários e pede acordo

Preocupados com os danos que a greve dos bancários pode causar, representantes do comércio enviaram uma carta à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quinta-feira (3) pedindo um acordo "imediato" entre bancários e empresários.

O objetivo principal da iniciativa é evitar que a paralisação se prolongue até o quinto dia útil do mês, período em que a maioria das empresas executa suas folhas de pagamento. A previsão é que o setor tenha perdas de até 30% se a greve se prolongar até esta data.

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Esse é o momento em que os consumidores vão aos bancos para sacar dinheiro, pagar boletos e compensar cheques, explica a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

"As micro e pequenas empresas já enfrentam dificuldades diárias por conta da carga tributária excessiva e pela pesada folha de pagamento e não podem ficar reféns desta paralisação", afirmou Roque Pelizzaro Junior, presidente da entidade, em comunicado.

Procurada, a Fenaban (sindicato patronal) diz lamentar os incômodos causados pela paralisação e diz que "está empenhando todos os esforços necessários para chegar a um acordo com as lideranças sindicais dos bancários".

A entidade também declara que, até o momento, não recebeu nenhum ofício da CNDL.

REIVINDICAÇÕES

Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real --acima da inflação. Até o momento, porém, os bancos ofereceram correção de 6,1%.

O sindicato dos bancários entregou sua pauta de reivindicações aos bancos e houve algumas rodadas de negociações. Como não houve avanço, no início de setembro, em assembleia, os trabalhadores votaram pela paralisação, que começou dia 19 de setembro, se estendendo até hoje sem que os bancos tenham apresentado uma contraproposta.

Além do reajuste, os bancários querem piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a PLR (Participação nos Lucros e Resultado) correspondendo a três salários base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15.

Outro pedido é a valorização dos vales refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678), além de melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.


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