Folha de S. Paulo


Financiamentos do BNDES para setor de petróleo vão crescer 48% em quatro anos

A volta dos leilões de petróleo e os robustos investimentos da Petrobras vão turbinar os empréstimos para o setor pelo BNDES, após cinco anos de suspense nesse segmento sobre a demanda da indústria.

De acordo com dados apresentados pelo superintendente da área de insumos básicos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Rodrigo Barcellar, os empréstimos do banco para o setor devem atingir R$ 405 bilhões entre 2013 e 2016, 48% a mais do que nos quatro anos anteriores.

"2013 é um ano especial, de retomada dos leilões, que dá perspectiva nova para o setor de petróleo e gás. Ainda mais agora, com Libra e a 12a rodada (de licitações de áreas de gás)", disse. "O Brasil será o principal mercado do mundo para o setor nos próximos anos", completou.

Até 2020, a expectativa do BNDES é de que o setor de petróleo e gás demandem investimentos de US$ 400 bilhões, o que em parte será garantido pelo banco.

Ele lembra que só para o campo e Libra, primeira área do pré-sal que será leiloado pelo governo brasileiro, serão necessários entre 60 e 90 barcos de apoio ás plataformas que serão instaladas no local, entre 15 e 17, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Até 2020, ele prevê que pelo menos 200 novas embarcações sejam construídas no Brasil, o que também vai estimular a indústria naval.

COMPERJ

Barçellar disse que o banco tem em sua perspectiva apoiar também as novas refinarias da Petrobras, e que possivelmente o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) deverá receber empréstimo do banco para ser concluído. A obra se arrasta desde 2008 e segundo o executivo, "ainda está no início".

"É uma possibilidade o banco apoiar o Comperj, está ainda no início", avaliou. Ele explicou que não pode informar se a Petrobras já entrou com o pedido de financiamento por questão de sigilo bancário.

Para a polêmica refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o BNDES emprestou R$ 10 bilhões. Segundo Barcellar, ele desconhece negociações do banco com a venezuelana PDVSA, que segundo a Petrobras, iria entrar no projeto depois de dar garantias ao BNDES.

Apesar de não confirmar oficialmente, na Petrobras já é dada como certa a construção da refinaria apenas pela estatal brasileira, que iria desta forma se tornar dona de 100% por cento da refinaria e com isso poderia incorporar o ativo ao seu capital, como está fazendo com o Comperj. O objetivo é reduzir custos ao evitar que a refinaria se torne uma empresa com diretorias, conselhos de administração e fiscais, entre outros.


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