Folha de S. Paulo


'Big data' e computação em nuvem são apostas no mercado de imóveis

Empresas iniciantes estão tentando tornar mais tecnológica a busca por imóveis, em um movimento causado pelo aumento da competição e da saturação dos grandes centros urbanos. Mas falta convencer as corretoras.

A Zimp, criada em agosto com investimento de R$ 200 mil, prevê um faturamento de R$ 2 milhões já no ano que vem. O serviço que oferece é uma busca textual de imóveis que permite encontrar anúncios por detalhes.

"Nosso portal procura casas e apartamentos com qualquer informação digitada, como piscina, varanda, churrasqueira, cores, lareira, bidê, além dos dados tradicionais", conta Bruno César, 26, fundador do negócio, que tem 170 imobiliárias de 13 Estados entre os parceiros.

A equipe da empresa usa recursos de "big data" (captura e análise de grandes volumes de dados) para diariamente coletar as informações sobre os imóveis.

Esses dados criaram cerca de 80 mil anúncios. A receita é obtida com assinaturas do serviço pagas por imobiliárias ou corretores autônomos, entre R$ 50 e R$ 450.

César diz que enfrenta dificuldades para "catequizar" as imobiliárias sobre a importância de detalhar os imóveis que vendem ou alugam.

"Quanto mais informações o imóvel tiver, mais ele aparecerá nas buscas, mas nem todas as imobiliárias têm esse profissionalismo", diz.

Mudar a cultura desses agentes imobiliários também é o desafio da I-Value, criada em Campinas.

O casal de analistas de sistemas Eduardo 43, e Camila Andrade, 37, fundadores da empresa, criam programas de gestão em "cloud computing" (computação em nuvem) que permitem que as imobiliárias se relacionem.

"Trabalhamos com cerca de 2.000 imobiliárias e 14 mil corretores e acontece um cruzamento automático dos dados de anúncios e imóveis procurados", conta Eduardo. "Assim, um imóvel que uma imobiliária comercializa pode ser adquirido por outra que tenha um cliente interessado, mediante algum acerto de comissão."

A I-Value pretende atingir um faturamento de R$ 100 milhões em cinco anos. O faturamento é resultado da taxa de adesão ao software, da licença para seu uso mensal, da criação dos portais imobiliários e do cadastro dos dados de estoque de incorporadoras.

A empresa também criou uma universidade corporativa -a ideia é que corretores e empresários se acostumem a adotar uma gestão profissional e, como consequência, usem mais os serviços da I-Value.


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