Folha de S. Paulo


Ministro Edison Lobão rebate críticas ao leilão do pré-sal

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) veio a público defender o leilão do pré-sal, após o anúncio da ausência de quatro gigantes do setor as norte-americanas Exxon Mobil e Chevron e as britânicas BP e BG nas inscrições para disputar o campo de Libra.

Segundo ele, ainda que haja apenas um consórcio concorrendo no dia 21 de outubro, o governo seguirá com o leilão.

"Se for só um consórcio está dentro da regra, mas acreditamos que haverá mais de um. Dois ou três", disse.

Ontem, a ausência de gigantes do setor petroleiro surpreendeu o Planalto e a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que previam uma disputa mais acirrada, com cerca de 40 empresas, e não apenas as 11 que acabaram se inscrevendo.

"A ausência de algumas grandes petroleiras gerou interpretações equivocadas. O governo está plenamente convencido do sucesso do leilão, demonstrado pelas petroleiras inscritas. Algumas das maiores do mundo", afirmou Lobão.

Segundo o ministro, o campo de Libra "é generoso" e vai demonstrar que representa grande marco para exploração de petróleo no Brasil e uma "grande oportunidade para petroleiras que venham explorar nosso petróleo".

"Estamos vendo algum pessimismo de alguns analistas porque duas ou quatro empresas deixaram de participar da inscrição do leilão", disse. "Ora, sete das 11 maiores estão participando, portanto não se poderia imaginar um sucesso maior", completou.

O ministro também tentou responder a crítica de especialistas de que o leilão despertou muito mais interesse em estatais, que visam assegurar reservas, do que em petroleiras que querem lucrar com a venda de petróleo.

"Algumas são estatais. Mas qual o mal que há nisso? A Petrobras é uma estatal e é um orgulho nosso e sucesso internacional. Não vejo nenhum mal em estatais participando de um certame como esse", disse.

MODELO DE PARTILHA

Lobão disse ainda que não há nada de errado com o modelo de partilha proposto pelo governo brasileiro e que é adotado também por outros países no mundo.

De acordo com ele, o governo não tentou "complicar" a participação das empresas na concorrência.

"Não há nada de errado no nosso modelo. O governo se atrasou no estabelecimento do leilão? Não, a elaboração da legislação foi para o parlamento brasileiro, passou por uma grande discussão, para construir uma legislação a altura da extração de petróleo no pré-sal".

ESPIONAGEM

O ministro Edison Lobão disse também que o governo não recebeu nenhuma informação de que competidores americanos tenham se afastado em virtude das denúncias sobre espionagem, porque temessem críticas caso ganhassem a concorrência.

"Dizer isso seria especulação, que eu não desejo fazer", disse. "As empresas que deixaram de participar tiveram suas razões e não quero entrar na intimidade delas. As inscritas darão êxito a esse leilão, que será um mais importantes da historia do petróleo no mundo".


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