A universidade Estácio, com sede no Rio de Janeiro, anunciou nesta quinta-feira (12) a aquisição da Uniseb, de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), por R$ 615,3 milhões. A operação é a maior da história do grupo carioca.
De acordo com comunicado da Estácio, metade do pagamento será feito com ações da empresa e a outra parte, em dinheiro. Fundador e controlador da Uniseb, o empresário Chaim Zaher será indicado para integrar o conselho de administração da Estácio tão logo seja concluída a operação, informou a universidade.
Segundo a Estácio, a Uniseb, constituída em 1999, tem cerca de 37,8 mil alunos em três campi --um em Ribeirão Preto e dois em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) em Araçatuba (527 km de São Paulo) e São José do Rio Preto (438 km de SP).
| Silva Junior - 20.mar.2012/Folhapress | ||
 |
||
| Equipe da Uniseb prepara aula de ensino a distância em estúdio da unidade Ribeirânia, em Ribeirão Preto (SP) |
De acordo com o comunicado, a operação, quando concluída, ampliará a atuação da Estácio no ensino superior a distância --uma marca da Uniseb--, agregando 164 novos polos autorizados e marcando sua entrada no Estado de São Paulo.
No portfólio da Uniseb consta 14 cursos superiores presenciais, 13 superiores a distância, seis de pós-graduação presencial, 24 de pós-graduação a distância e 36 de pós-graduação/MBA em parceria com a FGV, além de cursos de extensão e cursos livres.
A mensalidade média de seus cursos na modalidade presencial é de aproximadamente R$ 829 e na modalidade à distância é de R$ 184. Segundo a Estácio, na última avaliação do MEC, a instituição recebeu nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos), numa escala de 1 a 5.
A compra da Estácio não inclui algumas unidades da Uniseb. Estão fora da negociação a Empresa Brasileira de Comunicação Multimídia Ltda., Iepes (Instituição Escola Paulista de Ensino Superior) e Dom Bosco Ensino Superior Ltda., bem como as filiais da Uniseb em Maceió (AL), São Paulo e Brasília.
Foi concedida à companhia a possibilidade de, no futuro, nos termos estabelecidos no contrato de compra e venda de ações, optar pela compra de tais sociedades.
A operação deverá ser submetida à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e não inclui a aquisição de imóveis.
Prevê ainda cláusula de não concorrência, que é quando o vendedor fica impedido de abrir novas instituições concorrentes à comercializada.
"Essa fusão é muito importante para todos nós e estamos muito felizes por estabelecer este acordo com a Estácio. Confere ao grupo [SEB] a oportunidade de continuar crescendo no segmento que tem maior experiência, que é o segmento de educação básica, onde são mais de 30 mil alunos", disse Zaher, por meio da assessoria de imprensa.
Procurada, a Estácio informou não falaria nada além do que consta no comunicado do grupo ao mercado.
ONDA DE FUSÕES
A compra da Estácio se dá num contexto de fusões realizadas no país entre grupos educacionais privados. Em agosto, o grupo americano Laureate adquiriu a instituição de ensino paulista FMU por R$ 1 bilhão.
Antes, em abril, a Kroton incorporou a Anhanguera após um acordo de R$ 5 bilhões.
PERFIS
Uma das três maiores universidades privadas do país, a Estácio só está atrás da Unip e da Nove de Julho.
Só neste ano, o grupo carioca fez negócios de ampliação com faculdades de Santa Catarina e Distrito Federal.
Já a Uniseb se origina da marca COC, criada na década 1960 por um grupo de professores do interior paulista. Nos anos 80, Chaim comprou a empresa e a ampliou.
Em 2010, Chaim vendeu para o grupo editorial britânico Pearson Education, que controla o jornal "Financial Times", a divisão de sistemas de ensino do SEB e outros ativos da empresa por R$ 888 milhões.