Folha de S. Paulo


OGX pode sair do Ibovespa antes de janeiro, diz diretor da Bolsa

As ações da OGX, petroleira de Eike Batista, podem deixar de fazer parte do principal índice da Bolsa brasileira antes mesmo de janeiro, quando entra em vigor uma nova metodologia para o Ibovespa, que excluirá a ação automaticamente da listagem.

A afirmação é de André Demarco, diretor de operações da BM&FBovespa. Segundo ele, isso pode acontecer caso a empresa entre em recuperação judicial antes do ano que vem.

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"Quando uma empresa entra com pedido de recuperação judicial, os negócios com suas ações na Bolsa são automaticamente suspensos. Caso isso ocorra com a OGX, mas as ações voltem a operar 'sob caráter especial' [antes de janeiro], a ação deixaria o Ibovespa no primeiro dia que voltasse a ser negociada", disse.

Essa nova regra, que vale a partir de hoje, foi divulgada na noite de ontem pela BM&FBovespa em conjunto com a nova metodologia de cálculo do índice, que entra em vigor somente em janeiro.

"A regra é válida para qualquer empresa, não somente a OGX", enfatiza Demarco.

GRUPAMENTO

No primeiro mês de 2014, sairão do Ibovespa as chamadas "penny stocks", ou ações que custam menos de R$ 1. Atualmente, o único papel que se encaixa nesse perfil é o da OGX.

"A única forma que a OGX teria para evitar sua exclusão do Ibovespa seria fazer um grupamento antes de janeiro [operação em que um conjunto de ações é transformado em um único papel, com valor maior] ", completou Demarco.

ALUGUEL

A BM&FBovespa também anunciou novidades em relação ao aluguel de ações da OGX.

O limite de risco para empréstimos desses papéis foi elevado para 50% do free float (ações em circulação). Foi a terceira elevação do limite no ano. Atualmente, o percentual está em cerca de 41%.

A Bolsa também manteve em 45% das ações em circulação o limite de risco para posições a descoberto (quando se compra/vende um ativo que não possui) nos contratos de compra e venda futura de ações, também conhecidos como opções.

Já o limite para contratos a termo (compra/venda futura) passou de 10% para 5% das ações em circulação.

Quando esses percentuais forem atingidos, será proibida a emissão de novos contratos de aluguel ou a termo da OGX, exceto para rolagem de posições pré-existentes.


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