Folha de S. Paulo


Economistas querem previsibilidade no reajuste dos combustíveis

Economistas-chefes de grandes bancos sugeriram ao governo maior previsibilidade na definição de reajustes dos preços de combustíveis, ao participarem de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (10).

"Seria bom que fosse anunciada uma programação de redução da defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil, isso melhoria substancialmente o mercado de ações", sugeriu o economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros.

Economistas de grandes bancos defendem independência do Bando Central

Para Barros, diante das pressões de preços colocadas, não deve ser descartada a possibilidade de o Banco Central ter de continuar elevando a taxa básica de juros.

"Talvez o BC precise avançar os juros para dois dígitos, isso vai depender da capacidade de observação da autoridade monetária", comentou.

A taxa Selic começou a ser elevada em abril pelo BC, em um ciclo de aperto monetário destinado a combater a elevação da inflação, fazendo o juro básico sair da mínima histórica de 7,25% ao ano para os atuais 9%, com previsão entre analistas de mais altas nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro e novembro.

DEBATE

Também participaram do debate sobre macroeconomia os economistas-chefes do Itaú, Ilan Goldfajn e do Credit Suisse, Nilson Teixeira.

"Haverá algum repasse do câmbio para a inflação. A pressão de repasse para a gasolina e o diesel já está batendo na porta", alertou Goldfajn.

As discussões foram inspiradas no impacto da depreciação do câmbio sobre os preços no Brasil e os riscos disso para a inflação em meio a um ciclo de aumento nos juros.

O debate sobre o reajuste dos combustíveis está na ordem do dia do governo, com a Petrobras pedido aumento de seus preços em adequação aos níveis internacionais, principalmente após a recente elevação do dólar, mas com temores do efeito desse aumento para os preços em um momento em que a equipe econômica luta para colocar o IPCA em rota de convergência para a meta central de 4,5%.


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