Folha de S. Paulo


Comercial de jornal usa sexo e cria polêmica em Israel

"Sim, sim, mais". Entediado, um jovem israelense reclama da falta de recursos e da repetitividade de uma garota, enquanto eles fazem sexo.

Esse é o contrário, diz um recente anúncio do jornal israelense "Haaretz", da experiência de acessar o novo endereço do periódico na internet. "A vida não é tão interessante quanto o novo site", conclui a propaganda, disponível apenas no YouTube.

O comercial, publicado em 10 de agosto, causou espécie em Israel, levando parlamentares a pedir pela suspensão da peça publicitária. Feministas apontam que a garota, relegada ao papel de gemer, é retratada como um objeto.

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O mote da propaganda parece ser, no entanto, a afirmação de que o "Haaretz", fundado em 1919 por imigrantes russos, busca uma imagem mais jovem e informal, em contraposição à sua fama de requintado e por demais empertigado.

Daí em parte a escolha de uma variação coloquial para o hebraico falado pelo rapaz, que em determinado momento reclama da sensação de fadiga usando a expressão idiomática do inglês "been there, done that".

"O design é impressionante e confortável, mas há uma sensação de repetição na experiência como um todo", diz o garoto, durante o sexo.

A parlamentar Penina Tamano-Shata, do partido secular Yesh Atid, enviou uma carta ao jornal pedindo que se desculpe pelo "sexismo".

De acordo com o site "The Hollywood Reporter", um grupo de funcionários do "Haaretz" assinou uma petição contrária ao "conteúdo pornográfico" do comercial.

A atenção dada à peça de 53 segundos, porém, parecia ter tido o efeito de divulgar o periódico, citado desde em meios especializados de negócios até em sites de celebridades, como "Perez Hilton" -que comentou a dose de "viagra metafórico". "Imaginamos que 'sexo vende' é clichê por algum motivo."

Acessado ontem, o vídeo tinha mais de 270 mil visualizações. Havia uma série de comentários em repúdio.

A circulação do "Haaretz", considerado mais à esquerda de seu rival local "Jerusalem Post", é de 70 mil exemplares na edição em hebraico, de acordo com a empresa. Há também uma versão em inglês, de conteúdo reduzido, em 25 mil cópias diárias.


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