Folha de S. Paulo


Centrais sindicais ameaçam protestos contra fim do fator previdenciário

As centrais sindicais prometem novas manifestações, paralisações e greves nesta sexta-feira, dia 30 de agosto, em várias regiões do Estado de São Paulo e do país.

Um dos principais atos deve começar a partir das 16h de amanhã, dia 29, quando os aposentados iniciam uma vigília em frente ao prédio do INSS, no viaduto Santa Ifigênia.

Após críticas de que a manifestação feita em julho na avenida Paulista tinha adesão menor do que os protestos voluntários que ocorreram contra aumento da tarifa de ônibus, os sindicalistas mudaram os locais dos atos.

Na ocasião, 7.000 se reuniram na avenida Paulista, que ficou bloqueada por quatro horas. Reportagem da Folha flagrou "manifestantes" recebendo vales de R$ 70, pagos para que eles fossem ao ato e se alimentassem. Rodovias e avenidas foram fechadas, mas a capital viveu clima de feriado, com trânsito abaixo da média.

Dessa vez, os protestos têm como foco o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 semanais - dois pontos da pauta dos trabalhadores que unem as centrais sindicais reconhecidas ou não pelos critérios estabelecidos no governo federal.

No último dia 21 de agosto, os sindicalistas se reuniram em Brasília com o governo que decidiu abrir negociações para mudar o fator previdenciário. O fim do fator é uma das principais pautas das centrais e um dos pretextos para uma série de mobilizações pelo país no mês passado, a reboque das manifestações.

O índice reduz o benefício de quem se aposenta com menos idade e sua extinção significaria prejuízo nas contas públicas. O fator previdenciário é regulado pela soma entre o tempo de contribuição e a idade para a aposentadoria.

Um dos pontos de destaque na negociação deverá ser o que trata do fator 85/95 (mulher/homem). O fim do fator foi negociado ainda durante o governo Lula, mas acabou vetado em 2010 pelo ex-presidente e nunca mais debatido diretamente com o Palácio do Planalto.

MAIS PROTESTOS

Estão previstas manifestações e passeatas a partir de 5h do dia 30 de agosto nas rodovias Raposo Tavares, Anchieta, Bandeirantes, Castelo Branco e Dutra.

Os sindicalistas ameaçam parar a produção da empresas metalúrgica MWM, na avenida Nações Unidas, Santo Amaro (zona sul de SP) e pode ocorrer protestos também em outras regiões da cidade de São Paulo como: terminal Sacomã (zona leste), ponte do Piqueri com a marginal Pinheiros (zona oeste), radial Leste (Brás / Largo da Concórdia), avenida Jacu-Pêssego ( zona Leste), avenida do Estado (na praça Lions), na ponte do Socorro (zona sul).

A partir das 10h, os sindicalistas informam que devem se concentrar no viaduto Santa Ifigênia. Na Grande São Paulo, haverá protestos em Osasco e Guarulhos.

No interior do Estado de São Paulo também prometem atos nas regiões de Campinas, Santos, Ribeirão Preto Piracicaba e Sertãozinho;

Até o início da tarde de hoje, as centrais informavam que haveria atos em 22 Estados, além de São Paulo.


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