Folha de S. Paulo


Taxa de desemprego desacelera e vai a 5,6% em julho, diz IBGE

A taxa de desemprego desacelerou e foi a 5,6% em julho, abaixo da registrada no mês anterior (6%). Apesar disso, foi superior à taxa de julho de 2012 (5,4%).

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Após uma sequência de altas, foi a primeira desaceleração da taxa de desemprego no ano. Com o resultado de julho, ela volta ao patamar registrado em fevereiro, também de 5,6%.

O resultado foi inferior às estimativas dos analistas, que projetavam taxa de 5,8% no mês, e contrastam com os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O Caged apontou geração de apenas 41.463 vagas em julho, quase um terço das registradas no mês anterior, junho.

Enquanto o Caged mostra o balanço dos empregos formais criados e fechados de acordo com o registro em carteira, o IBGE acusa o total de desocupados com base em pesquisas realizadas nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

O descolamento entre os dados do Caged e a pesquisa IBGE fica ainda mais evidente porque justamente foi nas regiões metropolitanas onde o Ministério do Trabalho registrou fechamento de vagas. Em julho, o saldo das nove regiões medidas por essa pesquisa foi de 11.058 postos fechados de trabalho fechados.

Foi a primeira vez desde 2003 que o Caged registrou em um mês de julho fechamento de vagas formais nas nove regiões metropolitanas do país.

Na pesquisa do IBGE, a população desocupada chegou a 1,4 milhão de pessoas nas seis regiões metropolitanas analisadas, estável em relação a junho e julho de 2012.

Já a população ocupada atingiu 23,1 milhões de pessoas, também estável em relação a junho e com alta de 1,5% ante julho de 2012, o que representou elevação de 339 mil ocupados no intervalo de 12 meses.

Editoria de Arte/Folhapress

CARTEIRA ASSINADA

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,6 milhões) não registrou variação na comparação com junho. Já na comparação anual houve alta de 3,5%.

O rendimento médio real dos ocupados foi estimado em R$ 1.848,40, 0,9% menor do que o apurado em junho e 1,5% acima do verificado em julho de 2012.

A massa de rendimento real totalizou R$ 43,1 bilhões, estabilidade na comparação com junho. Já no confronto com julho do ano passado, cresceu 2,7%.

O nível de ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi estimado em julho em 54% nas seis regiões analisadas, sem variação em relação ao mês anterior e a julho de 2012.

A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

A inflação alta e as incertezas dos empresários em relação à economia atingiu o mercado formal de trabalho. Ontem, o Ministério do Trabalho divulgou que pela primeira vez desde 2003, o mês de julho registrou fechamento de vagas com carteira assinada nas regiões metropolitanas.

O saldo entre contratações e demissões ficou negativo em 11.058 postos nas nove regiões metropolitanas avaliadas.

COMPARE A TAXA DE DESOCUPAÇÃO POR REGIÃO

Região metropolitana Taxa de desocupação (em %) Rendimento médio real da população (em R$)
Recife 7,6 1.350,70
Salvador 9,3 1.432,60
B. Horizonte 4,3 1.821
Rio de Janeiro 4,72 1.949,50
São Paulo 5,8 1.954,70
Porto Alegre 3,72 1.856,70

FONTE: IBGE

As taxas de desocupação encontradas em Belo Horizonte (4,3%), Rio de Janeiro (4,7%) e Porto Alegre (3,7%) foram as menores registradas para um mês de julho --em cada região-- desde o início da série histórica.

VEJA O RENDIMENTO MÉDIO POR CATEGORIA

Categorias de posição na ocupação jul.2012 (em R$) jun.2013 (em R$) jul.2013 (em R$) variação mensal (em %) variação anual (em %)
Empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado 1.682,17 1.717,97 1.718,90 0,1 2,2
Empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado 1.322,48 1.363,88 1.370,50 0,5 3,6
Militares e Funcionários Públicos 3.105,99 3.144,29 3.144,00 0 1,2
Pessoas que trabalharam por conta própria 1.572,87 1.591,40 1.561,70 -1,9 -0,7

FONTE: IBGE

Com reportagem de Brasília


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