Folha de S. Paulo


Banco do Brasil suspende compra de mais 25% do Banco Votorantim

O Banco do Brasil decidiu suspender os estudos para comprar mais 25% do Banco Votorantim. O comunicado foi feito na noite de ontem ao mercado.

A Folha apurou que pesou na decisão o momento instável dos mercados e o ambiente político desfavorável para a operação. O Banco do Brasil havia proposto R$ 2 bilhões por esta participação, mas encontrou resistência da família Ermírio de Moraes, que detém o controle da instituição financeira.

Banco do Brasil oferece R$ 2 bi por mais 25% do Banco Votorantim

A suspensão dos estudos não significa a desistência definitiva do aumento de participação. O Banco do Brasil tem por objetivo ter um braço privado, sem as amarras de um banco estatal, para viabilizar com agilidade a participação em projetos de infraestrutura e financiamento na área de atacado do banco.

HISTÓRICO

Em 2009, o Banco do Brasil comprou 50% do Banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões. E, no final de março deste ano, o banco estatal ofereceu R$ 2 bilhões por mais 25% do Votorantim.

Mesmo que a operação tivesse sido concretizada, o BB seguiria com minoria do capital votante (49,99%) para não caracterizar a operação como uma "estatização".

Desde janeiro, o BB admitiu, em comunicado ao mercado, que estudava a possibilidade de comprar o restante da participação no banco.

Especializado em financiamento de carros usados, segmento de inadimplência alta, o Votorantim teve prejuízo de R$ 1,98 bilhão em 2012 devido às novas regras de contabilização de receitas e de perdas que obrigam a instituição a dilui-las ao longo do prazo do financiamento.

Antes, a venda de uma carteira de crédito, por exemplo, era contabilizada de uma só vez, podendo dar a falsa impressão de que as receitas adiantadas cobriam perdas que só mais tarde seriam materializadas.


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