Folha de S. Paulo


Vendas de imóveis novos em SP crescem 46% no 1º semestre

As vendas de imóveis novos no primeiro semestre de 2013 cresceram 46% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), na capital paulista.

O resultado, em um momento de crescimento econômico mais fraco, surpreendeu positivamente o mercado.

Foram comercializadas 17.500 unidades, ante 11.981 no primeiro semestre de 2012. Com isso, o número de vendas retorna ao patamar de 2010 quando, no primeiro semestre, foram comercializadas 17 mil unidades.

A alta ocorreu apesar do preço médio real do metro quadrado ter subido 6% acima da inflação do período.

Em lançamentos, o resultado também foi acima do esperado, com 13.983 unidades lançadas, crescimento de 51% na comparação com o primeiro semestre de 2012.

Segundo Celso Petrucci, economista do Secovi, em 2011 e 2012, o mercado passou por um período de ajustes, mas essa fase já acabou.

Em valores, as vendas representaram R$ 10,6 bilhões, crescimento de 63% em relação ao mesmo período do ano passado.

Imóveis de dois dormitórios continuam os mais vendidos, representando 44% do mercado, mas o maior crescimento foi no segmento de um dormitório (330%).

Segundo Petrucci, o dado pode ser explicado pela alta geral no preço dos imóveis. O comprador do apartamento de dois dormitórios muitas vezes opta por reduzir o tamanho do imóvel, mas manter a localização em áreas centrais, próximas aos polos de emprego.

Por isso, a maior parte dos lançamentos desse perfil ocorreu na área do centro expandido, enquanto o lançamento de apartamentos maiores foi mais espalhado pelo território da capital.

A pesquisa do Secovi se refere apenas a imóveis novos.

EXPECTATIVA

Com isso, o sindicato elevou sua expectativa para o crescimento das vendas de imóveis novos na capital, de cerca de 5% para 30% em 2013.

A estimativa é de que sejam vendidas 35 mil unidades em 2013, ante 27 mil de 2012. A previsão no início do ano era de que seriam vendidas 28 mil unidades neste ano.

A revisão também ocorreu para o número de lançamentos. Segundo o Secovi, 33 mil unidades devem ser lançadas neste ano, ante 28,5 mil do ano passado, um crescimento de 16%, ante 10% da última previsão (31 mil novas unidades).

A alta ocorre em um momento de pessimismo com a economia, em que as previsões de crescimento do PIB estão sendo revisadas para baixo. Segundo o último boletim Focus, a economia deve fechar o ano com crescimento de 2,21%.

"A percepção da economia é diferente do que ocorre na economia real. Podemos estar mais negativos do que a economia real, e isso é o que aconteceu no mercado imobiliário no primeiro semestre", afirma Petrucci.

Mas outro fator importante explica o resultado: a prefeitura aumentou em 22,2%, segundo o sindicato, a aprovação de plantas.

"Foi implatado o licenciamento eletrônico no ano passado, que não funcionou e represou a aprovação. Voltaram atrás e isso destravou o processo", afirma Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP.

Editoria de Arte/Folhapress

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