Folha de S. Paulo


Retorno de call centers leva esperança para economia espanhola

Os espanhóis estão escutando sotaques familiares quando telefonam para discutir serviços telefônicos atualmente, graças à crescente competição e à crise econômica que deixou a mão de obra local mais atrativa para as empresas.

Em um sinal de que a maior competitividade incentivada pelo governo espanhol com reformas trabalhistas desde o ano passado está dando retorno, empresas locais estão abrindo call centers na Espanha e retirando estas operações de países historicamente mais baratos.

A empresa de telefonia fixa Jazztel abriu seu primeiro call center na Espanha, e a maior operadora do país, Telefonica, pretende atender quase todos os consumidores no próprio país "dentro de alguns meses", trazendo de volta para casa empregos muito desejados.

POR CUSTOS MENORES

As empresas na Espanha têm terceirizado muitos serviços para consumidores para países como Chile, Colômbia e Peru, assim como empresas britânicas e norte-americanas transferiram seus call centers para a Índia.

Mas a queda dos salários no país e maiores custos no exterior tornaram os custos na Espanha atrativos novamente, algo que o governo local esperava que tivesse acontecido em 2012, quando ficou mais fácil para empresas admitir e demitir funcionários.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Na semana passada, a Espanha divulgou dados que sinalizam alguma melhora na atividade econômica nacional. No entanto, a demanda fraca e novas medidas de austeridade significam que uma recuperação sustentada pode ainda estar distante.

O Instituto Nacional de Estatísticas informou que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu para 0,1% entre abril e junho na comparação com o trimestre anterior, quando a economia encolheu 0,5%.

A melhora no segundo trimestre deveu-se principalmente a fatores temporários, incluindo um primeiro trimestre especialmente fraco e fortes dados comerciais, que incluem o turismo sazonal. O instituto informou que o encolhimento dos gastos domésticos no segundo trimestre foi parcialmente compensado pelas exportações.

A economia da Espanha tem estado em recessão por vários períodos desde 2008, quando o estouro da bolha imobiliária afetou as fundações de um dos principais pilares de crescimento do país, a construção, levando o desemprego a máximas recordes e afetando as empresas e abalando o sistema bancário.


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