Folha de S. Paulo


Melhora da indústria no semestre ainda não está disseminada, diz IBGE

Apesar do resultado positivo da indústria no mês de junho, a melhora do setor ainda está concentrada em poucos segmentos.

No primeiro semestre, a indústria acumulou alta de 1,9%. Mas a categoria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (como roupas, calçados e alimentos) teve queda de 0,6% no período. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Outra categoria que puxa o resultado para baixo é a de bens intermediários (insumos usados pela indústria na produção). Com o maior peso na indústria, de 55%, apresentou alta de 0,4% no período, bem abaixo ao resultado do setor como um todo.

Segundo André Luiz Macedo, coordenador da pesquisa do IBGE, a indústria brasileira como um todo ainda opera 1,6% abaixo do pico registrado pelo setor, em maio de 2011.

"Há uma melhora da indústria, mas ela ainda não está disseminada. Das 27 atividades pesquisadas, 12 tiveram resultados negativos", afirma Macedo.

Editoria de Arte/Folhapress
Produção da indústria sobe em junho
Produção da indústria sobe em junho

Alguns setores ainda registram quedas expressivas na produção neste ano, como a indústria extrativa, que registrou recuo de 6,4% no primeiro semestre ante o mesmo período do ano anterior. Além dele, também apresentam esse quadro edição, impressão e reprodução de gravações (-10%), metalurgia básica (-3,8%) e farmacêutica (-3,5%).

Segundo Macedo, as explicações para o desempenho desses segmentos vão de paralisações para manutenção de plataformas de petróleo, à redução das exportações de minério de ferro e ao menor dinamismo da metalurgia.

Outros fatores que pesam, especialmente no caso de bens semiduráveis e não duráveis, é a inflação elevada, assim como o endividamento das famílias.

INFLUÊNCIA POSITIVA

Na outra ponta, a categoria de bens de capital (máquinas e equipamentos) foi a maior influência positiva no ano. Entre janeiro e junho, acumula alta de 13,8%.

A categoria de bens de consumo duráveis também colaborou positivamente para a alta de 1,9% do setor. A indústria de veículos automotores foi uma das principais responsáveis por esse desempenho, com alta de 14,9%.


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