Folha de S. Paulo


Temor de inflação aumenta ao pior nível desde 2001 e afeta confiança do consumidor

O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) divulgado nesta segunda-feira pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) ficou estável em julho, em 110 pontos, depois da queda de 3,5% no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice caiu 2,7%.

Segundo o levantamento, os brasileiros estão pessimistas principalmente com a evolução dos preços nos próximos seis meses. O indicador de expectativa de inflação caiu 5,9% em julho na comparação com junho e ficou em 98,4 pontos, o nível mais baixo já registrado desde 2001.

Quanto mais baixo o índice, que tem média 100, maior é a preocupação das pessoas. Em relação ao mesmo mês do ano passado (110,7), houve queda de de 11,7%.

A perda de confiança diante do elevado nível de inflação se deteriorou ainda mais com a onda de protestos que tomaram o país em junho. Representa um sinal amarelo para a evolução da economia nos próximos meses, já que costumam ser um sinal de desaceleração de consumo e dos investimentos.

A expectativa em relação ao desemprego caiu queda de 2% frente a junho e de 8,1% na comparação com julho de 2012. O índice ficou para 115,9 pontos.

A CNI explica que a queda indica que o consumidor está pessimista quanto à capacidade da economia brasileira continuar gerando novos postos de trabalho nos próximos seis meses.

De acordo com a pesquisa, as perspectivas para os próximos seis meses em relação à renda pessoal ficaram estáveis em relação a junho e tiveram retração de 0,4% na comparação com julho de 2012. Com isso, o indicador alcançou 112,1 pontos, o mais baixo nível em 12 meses.

A avaliação atual da situação financeira caiu 2,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado e ficou estável em relação a junho deste ano. Mesmo assim, os consumidores estão otimistas com a evolução das dívidas pessoais e mais dispostos a aumentar as compras de bens de maior valor. O indicador de endividamento aumentou 1,3% e o de perspectiva de compras cresceu 2,1% em julho na comparação com junho.

Para elaborar a pesquisa, a CNI ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 11 e 14 de julho.


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