Folha de S. Paulo


Lucro do Bradesco cresce 4% no segundo trimestre, mas banco corta projeções

Com redução da inadimplência, o Bradesco teve aumento no lucro do segundo trimestre deste ano, mas revisou para baixo sua estimativa de crescimento da carteira de crédito em 2013.

O segundo maior banco privado do Brasil inaugurou a temporada de balanços do setor nesta segunda-feira (22) com um lucro líquido de R$ 2,949 bilhões no segundo trimestre, 4,1% superior ao registrado no mesmo período de 2012.

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Em base recorrente, que exclui ganhos e perdas extraordinários, o lucro do Bradesco foi de R$ 2,978 bilhões entre abril e junho deste ano, enquanto analistas consultados pela agência Reuters esperavam, em média, ganho de R$ 3,02 bilhões.

Editoria de arte/Folhapress

Dono da maior seguradora do país, o Bradesco deve grande parte do resultado ao segmento, que inclui também a área de previdência. Sozinho, o grupo segurador lucrou R$ 1,685 bilhão --o número, no entanto, é menor que os R$ 2,202 bilhões vistos em igual período de 2012.

No crédito, o banco teve expansão de 10,3% em relação ao segundo trimestre de 2012, totalizando R$ 402,51 bilhões.

O melhor desempenho veio dos empréstimos às pessoas jurídicas (empresas), cuja expansão foi de 10,4% em relação ao segundo trimestre de 2012, totalizando R$ 278,96 bilhões. O segmento de pessoas físicas teve alta de 10,1%, para R$ 123,56 bilhões.

No entanto, o Bradesco revisou para baixo sua estimativa para o crescimento da carteira de crédito em 2013, que passou de 13% a 17% para o intervalo entre 11% a 15%. Para a margem financeira, que mede quanto o banco ganha com empréstimos, a projeção do banco caiu de uma alta de 7% a 11% para 4% a 8%.

CALOTES

A inadimplência superior a 90 dias teve queda, indo de 4,0% em março para 3,7% em junho. Em doze meses, a redução foi de 0,5 ponto percentual.

A redução da inadimplência impactou também as despesas de provisões para calotes, que caíram R$ 42,48 milhões na comparação com o segundo trimestre de 2012, totalizando R$ 3,607 bilhões entre abril e junho deste ano.

TESOURARIA

O banco foi ainda prejudicado pela volatilidade do mercado de juros após a aceleração do aumento da taxa Selic em maio pelo Banco Central. A tesouraria, que historicamente tinha ganho entre R$ 200 milhões e R$ 400 milhões, apurou saldo de apenas R$ 18 milhões.

A chamada marcação a mercado de títulos, que manda registrar no balanço o valor atualizado de papéis como as NTN-B (corrigidas pelo IPCA) implicaram uma redução de R$ 3,411 bilhões no patrimônio líquido de março para junho. Esses papéis tiveram forte desvalorização.

Segundo Luiz Carlos Angelotti, diretor do banco, a perda é apenas contábil, uma vez que esses títulos correspondem a depósitos dos clientes, que também perdem com o aumento de juros.


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