Folha de S. Paulo


Alimentos e construção puxam desaceleração dos preços em junho, mostra IGP-10

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve elevação de 0,43%, após alta de 0,63% em junho, influenciado principalmente pela desaceleração dos preços no varejo e da construção.

A leitura do indicador também ficou abaixo da registrada no mesmo período do ano passado, de 0,96%.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, no acumulado do ano, o índice registra alta de 2,10% e, em 12 meses até julho, a inflação pelo IGP-10 ficou em 5,62%.

PRODUTOS AGRÍCOLAS

O Índice de Preços ao Produtor Amplo-10 (IPA-10), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve ligeira aceleração da alta para 0,49%, ante 0,43% em junho.

Contribuiu para esse resultado a aceleração do avanço dos preços dos produtos agropecuários para 0,80% em julho, ante 0,57% no mês anterior.

A alta dos itens do complexo soja arrefeceu, mas esses produtos estiveram entre os que mais influenciaram a alta do IPA (atacado). Soja em grão passou de alta de 9,61% para 7,97%; farelo de soja saiu de 14,12% para 12,27%. Outras altas importantes foram a dos bovinos (de deflação de 0,83% para alta de 2,07%), leite in natura (3,71% para 2,93%).

As maiores influências negativas ficaram com o minério de ferro (de 1,33% para deflação de 3,07%), tomate (baixa de 18,35% para queda de 36,04%), mamão (de alta de 21,68% para resultado negativo de 26,17%), laranja (de recuo de 14,27% para baixa de 9,54%) e café em grão (de deflação de 1,78% para queda de 3,59%).

VAREJO

Já o Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, desacelerou para uma alta de 0,13% em julho, frente ao avanço de 0,39% em junho.

Segundo a FGV, o resultado do IPC foi influenciado principalmente pelos alimentos, com queda de 0,37% em julho após alta de 0,41% anteriormente. A maior contribuição para a tendência partiu do item hortaliças e legumes, cuja taxa registrou queda de 9,40% após recuo de 2,26%.

Os demais grupos são vestuário (0,97% para 0,03%), habitação (0,61% para 0,52%), transportes (deflação de 0,02% para deflação de 0,06%) e saúde e cuidados pessoais (0,54% para 0,42%). Nessas classes de despesa, destacam-se os itens: roupas (1,07% para 0,25%), móveis para residência (1,30% para 0,85%), etanol (baixa de 1,26% para baixa de 2,35%) e medicamentos em geral (0,39% para 0,10%), respectivamente.

Em contrapartida apresentaram taxas maiores os grupos educação, leitura e recreação (0,19% para 0,47%), despesas diversas (0,03% para 0,22%) e comunicação (0,18% para 0,21%). As maiores contribuições para esses movimentos partiram dos itens: passagem aérea (2,37% para 8,69%), serviço religioso e funerário (baixa de 0,55% para alta de 0,77%) e tarifa de telefone móvel (0,27% para 0,76%), nesta ordem.

CONSTRUÇÃO

Já o Índice Nacional de Custo da Construção-10 (INCC-10) desacelerou a alta para 0,71% em julho, contra avanço de 2,48% no mesmo período do mês anterior.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Ainda com a inflação em foco, o Copom ( Comitê de Política Monetária ) do Banco Central decidiu na semana passada elevar a Selic para 8,50% ao ano, ante 8%.

O mercado agora aguarda a divulgação da ata dessa reunião, na quinta-feira, em busca de mais indícios sobre os rumos da política monetária.


Endereço da página: