Desesperada para tranquilizar seus clientes a respeito da segurança do jato Dreamliner, a fabricante Boeing ainda terá de esperar vários dias por informações preliminares a respeito das causas do incêndio com esse avião ocorrido na sexta-feira (6) no aeroporto de Heathrow, em Londres.
O Departamento de Investigações de Acidentes Aéreos (AAIB) da Grã-Bretanha comanda a investigação sobre o incêndio a bordo do avião da Ethiopian Airline , e já descartou um retorno dos problemas de superaqueacimento de baterias que fizeram o Dreamliner passar meses sem voar neste ano.
Mas uma fonte próxima da investigação disse que a AAIB ainda deve levar vários dias até tirar conclusões sobre a causa do incêndio. Alguns analistas do setor dizem que, a julgar por casos anteriores, o primeiro relatório só deverá sair no final desta semana.
"A investigação ainda está em estágio inicial, e nenhum relatório final a seu respeito é iminente", disse a fonte, pedindo anonimato.
"O próximo passo dever ser a publicação de um relatório completo sobre o incidente ou de um boletim de segurança caso a AAIB sinta que precisa alertar a indústria sobre uma falha generalizada que puder ser sistêmica."
Uma comissão de 25 especialistas, incluindo inspetores da AAIB e dos Estados Unidos, está investigando o Dreamliner danificado em um hangar de Heathrow.
A Boeing disse que acompanha a investigação no local, mas que os técnicos da AIB "operam conforme seu próprio cronograma" e não deram prazo para divulgar informações.
Investigações desse tipo costumam levar uma a duas semanas, segundo Paul Hayes, diretor de segurança da consultoria de aviação Ascende Aviation. A Boeing estaria ansiosa para divulgar a causa e origem do incêndio, que causou vastos danos na porção superior-traseira da fuselagem, pois tem pressa em estancar especulações entre investidores e companhias aéreas.
"A Boeing vai querer o boletim final assim que possível para conter todas as bobagens e oferecer certeza. Dado o interesse público nisso, espero que a AAIB libere rapidamente, provavelmente no próximo par de dias", disse Hayes.
"Pode facilmente ter sido um caso de erro humano ou um curto-circuito numa tomada, e é isso que a Boeing está esperando."
Procurada pela Reuters, a Boeing não quis comentar o andamento da investigação.