Folha de S. Paulo


Impacto de crise na imprensa brasileira é tema de reportagem da "Economist"

Os desafios enfrentados pela mídia impressa no Brasil e as recentes demissões do setor foram tema de reportagem da edição desta semana da revista britânica "The Economist".

Segundo a publicação, o setor esperava a entrada de novos leitores com a ascensão da classe média brasileira, mas o que aconteceu é que muitos deles preferiram surfar nas redes sociais a navegar pelas versões digitais de jornais e revistas tradicionais.

"Estamos no meio de uma tempestade. Todos estão tentando produzir conteúdo e notícias de qualidade e se manter rentáveis num ambiente hostil", afirma à publicação o ex-presidente da Associação Mundial de Jornais, Jaime Sirotsky.

A crise econômica é apontada como responsável pelo corte de ao menos 280 empregos em empresas jornalísticas em São Paulo neste ano.

Marcelo Lobianco, presidente-executivo no Brasil do IAB, associação de mídia interativa, cita a baixa fidelidade dos leitores e a fragmentação do conteúdo na internet como um agravante, com blogs e agregadores canibalizando os veículos tradicionais.

"[No ambiente] on-line, as pessoas consomem notícias como beliscam uma comida, testando um e outro no meio de vários pratos", diz Lobianco.

Embora cite que os veículos tradicionais tenham sido criticados durante as manifestações que tomaram o Brasil no último mês, a reportagem reconhece que, mesmo no episódio, jovens contaram com o conteúdo deles para se informar sobre os atos.

"Quando questionados sobre como descobriram o que estava acontecendo, seis de cada dez protestantes disseram ter se voltado para fontes de informação como Folha, TV Globo e 'O Estado de S. Paulo'", afirma a "Economist".

Links da mídia brasileira responderam por 80% dos endereços de maior alcance nas principais "hashtags" das manifestações no Twitter entre 6 e 22 de junho, segundo dados do site Topsy.


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