Folha de S. Paulo


Venda de seguro pela internet atrai empresas

Terreno pouco explorado pelo comércio eletrônico no Brasil, a venda de seguros pela internet tem atraído novas empresas, que atuam como corretoras virtuais.

Apesar da dificuldade para entrar nesse mercado, que tem como marca a relação pessoal criada entre corretor e cliente, sócios das empresas dizem que em outros países a venda pela internet já está consolidada. Cada empresa diz ter realizado algo em torno de 10 mil vendas.

Na internet, empresa dá ajuda com burocracia de abertura de negócio

Marcelo Justo/Folhapress
Equipe do site Bidu, que vende seguros para carro pela internet, permitindo ao consumidor fazer cotação em seguradoras parceiras
Equipe do site Bidu, que vende seguros de carro pela internet, permitindo fazer cotação em seguradoras parceiras
Editoria de Arte/Folhapress

Mauro Batista, presidente do Sindseg-SP (Sindicato das Seguradoras), diz que, apesar de ainda incipiente, a tendência é que a venda de seguros pela web se consolide com o maior acesso à internet. Como referência, ele cita o mercado inglês, em que cerca de 50% das vendas são feitas pela rede.

No modelo on-line, o cliente preenche formulários com informações como dados pessoais e do veículo (o seguro de automóvel é o mais comum). A partir daí, o sistema apresenta planos e preços de diferentes seguradoras que têm parceria com o site.

Rodrigo Caixeta, 34, sócio da Smartia, decidiu entrar nesse mercado em 2010. Ele diz que houve polêmica com as seguradoras no início, quando criou sistema on-line que, na época, realizava apenas cotação.

"Pegamos os sistemas antigos usados por corretoras e criamos um software que colocava isso na internet. No início, todas as seguradoras pediram para tirar."

Aos poucos a ideia foi sendo aceita. Agora, são oito empresas que permitem que o usuário faça a cotação e também compre seguros de automóvel no site.

ATENDIMENTO

A maior dificuldade apontado pelas corretoras on-line é ganhar a confiança do cliente. Para isso, a maior parte de das equipes está focada no atendimento.

No caso da Sossego, por exemplo, são 80 os funcionários dedicados ao atendimento e ao pós-venda. Desses, a maior parte é de corretores, diz Alexandre Jesus, 44, sócio da empresa.

O fato de necessitar de uma equipe grande, porém, cria outro desafio, diz Caixeta, da Smartia. Como são necessárias muitas pessoas para realizar o atendimento, o custo de aquisição do cliente é alto e o retorno só vem após três anos de renovação do seguro.

Para Eldes Mattiuzzo, 45, da Bidu, também é necessário se preparar para atender um público que não tinha o hábito de comprar seguros antes da internet.

"Dos nossos clientes, 70% estão comprando seguros pela primeira vez. Temos um trabalho de ensinar a eles como a compra de seguros funciona", afirma.

Entre as questões que podem causar dúvidas, diz, é a necessidade de vistoria no veículo após a compra.

Para quem pensa em comprar seguros na internet, Batista, do Sindseg-SP, recomenda que se faça uma pesquisa anterior sobre a qualidade de atendimento do site. Também recomenda cautela no envio de documentos antes de ter um contato pessoal com a corretora.

Também é possível consultar o registro dessas corretoras no site da Susep (Superintendência de Seguros Privados).


Endereço da página:

Links no texto: