Folha de S. Paulo


Protestos de caminhoneiros afetaram produção das montadoras

Os protestos de caminhoneiros que interromperam o fluxo nas principais rodovias do país afetaram a produção das montadoras nos primeiros dias deste mês. Houve falta de peças que deveriam abastecer as linhas de montagem.

Segundo a Anfavea (associação das montadoras), ao menos quatro montadoras relataram o problema. "Esperamos recuperar [a perda]. As projeções para julho e agosto se mantêm", afirma o presidente da entidade, Luiz Moan.

A produção de veículos subiu 18,1% no primeiro semestre, puxada pelo bom desempenho dos lançamentos nos mercados nacionais e pelas exportações. A expectativa é que o volume termine o ano com crescimento de 4,5%.

Além do movimento dos caminhoneiros, o setor já havia sido afetado pelos atos de junho. Os protestos que se espalharam pelo país reduziram o fluxo de clientes nas lojas, o volume de vendas e contribuíram para elevar os estoques no período.

Montadoras e concessionárias encerraram o mês com 415 mil unidades disponíveis nos pátios, suficiente para 39 dias de vendas. O volume dos estoques em maio garantia 36 dias de vendas.

"Esse é um fator que não podemos descaracterizar como importante. É realmente importante.", afirma Moan.

O executivo também relaciona o avanço dos estoques ao incremento no número de modelos e versões oferecidos no país. Em levantamento feito neste mês, a Anfavea mapeou cerca de 2.100 opções. (GABRIEL BALDOCCHI)


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