Apesar do tombo das ações das empresas do grupo de Eike Batista, é pior para os investidores vender os papéis do que mantê-los, afirmam consultores.
Mesmo no caso das ações da OGX, que fecharam ontem a R$ 0,45 e foram avaliadas por bancos a R$ 0,10.
"Quem já aguentou as perdas até hoje deve permanecer no jogo", diz Clodoir Vieira, consultor de investimentos. "Pode ser que o BNDES libere verba ou que o governo faça alguma interferência junto com Petrobras, ou mesmo que um estrangeiro surja e compre a empresa", acrescenta.
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Caso o socorro não venha, porém, o investidor precisa estar preparado.
"O acionista é o último a ser ressarcido em caso de quebra da empresa. Antes, vêm credores e funcionários", diz Bruno Gonçalves, da corretora WinTrade.
Como regra geral, especialistas aconselham que o investidor não se deixe influenciar pela queda de uma ação ao decidir vendê-la, pois ele perde o dinheiro da aplicação se desfizer do papel por um valor menor que o pago na compra.
"Muitas vezes, pode ser uma queda conjuntural da Bolsa e não um problema específico da empresa. É preciso analisar o contexto", diz Michael Viriato, professor de finanças do Insper.
No caso da OGX, porém, especialistas ouvidos pela Folha dizem haver sérias dúvidas sobre a capacidade financeira da empresa.
"O grupo como um todo está sob uma desconfiança muito grande, o que faz com que todas as portas [de bancos] fiquem mais difíceis de serem abertas", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.
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