Folha de S. Paulo


Empresas de Eike caem até 17% e puxam Bolsa para baixo

A Bovespa perde cerca de 4% nesta terça-feira, afetada pela forte queda sofrida pelas empresas do Império de Eike Batista e pelos dados de produção industrial, que ficaram abaixo do esperado pelo mercado.

Às 16h35, o Ibovespa caía 4,41%, a 45.146 pontos, diante de um mau humor generalizado dos investidores com os papéis que compõem o principal indicador da Bolsa brasileira.

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As ações da petrolífera OGX, da mineradora MMX e da companha de logística LLX, as empresas do Eike que compõem o índice, tinham desvalorização de 17,85%, 17,29% e 8,98%, respectivamente. Somadas, as três companhias têm 6,6% de participação no índice.

Outras empresas do grupo também experimentam queda na Bolsa brasileira. A MPX, de energia, caía 8,33%%, e a OSX, da indústria naval offshore, tinha desvalorização de 15,79%.

"Paira uma dúvida sobre a capacidade financeira da empresa", explica Bruno Gonçalves, analista da WinTrade.

De acordo com o consultor de investimentos Clodoir Vieira, a aversão ao risco se estende para todos os setores da Bolsa. "Empresas que podem sofrer interveção governamental estão entre as que registram quedas mais fortes, assim como bancos, que estão tendo seu valor precificado", afirma.

Esse contexto todo pesa para o investidor, que opta por se refugiar em ativos menos arriscados ou em mercados menos voláteis, afirma Clodoir, o que explica a forte saida de investidores estrangeiros no mês passado.

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"No curto prazo, não vejo perspectivas positivas. Deve haver uma recuperação da Bolsa nos próximos dias em virtude dessa queda forte, mas precisaria ter uma notícia muito boa nos próximos dias, como a melhora na expectativa da China ou dados positivos da zona do euro, para mudar esse cenário", diz Vieira.


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