Folha de S. Paulo


Petroleira de Eike derruba planos para Tubarão Azul e extração pode parar em 2014

A petroleira OGX, de Eike Batista, disse que não vai investir no aumento da produção dos poços do campo de Tubarão Azul, onde a extração pode parar em 2014, e que não é economicamente viável o desenvolvimento dos campos Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia.

Em função das mudanças de planos, a OGX decidiu interromper a construção, pela OSX, de cinco plataformas, informou a empresa em um comunicado.

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Por outro lado, a OGX vai desembolsar imediatamente US$ 449 milhões para a OSX, destinados principalmente para a construção de duas outras unidades destinadas a operar no campo de Tubarão Martelo, que continua sendo desenvolvido e onde o primeiro óleo está previsto para o fim deste ano.

A respeito dos três poços atualmente operando em Tubarão Azul, a OGX disse que "não existe, no momento, tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer investimento adicional nesse campo visando aumentar o seu perfil de produção e os poços atualmente em operação poderão cessar de produzir ao longo do ano de 2014".

A petroleira disse ainda que o aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-1, plataforma conectada ao campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à OSX.

Por conta da suspensão dos planos, a OGX disse que as projeções divulgadas anteriormente não devem ser mais consideradas, "inclusive as que dizem respeito a suas metas de produção".

A ação da empresa chegou a cair 39,2%, na mínima histórica de R$ 0,48, com investidores reagindo mal à notícia.

Às 13h45, as principais ações do grupo X registravam queda.

A OGX apresentava queda de 24,05%, vendida a R$ 0,60; a MMX recuava 5,44%, vendida a R$ 1,39; a LLX caía 4,04%, vendida a R$ 0,95 e a MPX registrava perdas de 1,32%, vendida a R$ 7,45. Já a OSX se mantinha estável, vendida a R$ 1,40.

RECURSOS E PRODUÇÃO

A OGX terminou março com US$ 1,15 bilhão em recursos disponíveis e apenas o pagamento devido à OSX reduziria o caixa da companhia a cerca de US$ 700 milhões.

As sucessivas frustrações com o nível de produção da OGX e a queima de caixa pela petroleira têm motivado forte queda das ações da empresa, contagiando os papéis de outras companhias de Eike listadas na Bovespa.

A OGX vai submeter à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma revisão de seu plano de desenvolvimento para Tubarão Azul, com base nas conclusões da análise do comportamento dos poços.

A empresa teve prejuízo de R$ 804,6 milhões no primeiro trimestre, quase três vezes superior ao do mesmo período do ano anterior, devido a uma baixa contábil bilionária com poços secos.


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