Folha de S. Paulo


Cresce produtividade do comércio entre 2007 e 2011, segundo IBGE

O comércio apresentou crescimento do valor adicionado (medida similar ao PIB do setor) de 10,7% acima do aumento médio anual do número de pessoas ocupadas (6,5%), entre 2007 e 2011.

Ou seja, essas informações mostram o ganho de produtividade do setor de 3,9% graças ao fator de produzir num ritmo mais acelerado do que a expansão dos postos de trabalho.

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A economia brasileira como um todo no mesmo período viu o PIB crescer 6,1% em 2008, recuar 0,3% do PIB em 2009, avançar 7,5% em 2011 e registrar aumento de 2,7% em 2012.

Os dados revelam um maior dinamismo do comércio do que do PIB em geral no período. Tal realidade, contudo, talvez tenha ficado no passado. Os dados conjunturais mais recentes do próprio IBGE mostram uma forte desaceleração do comércio diante especialmente da inflação mais alta desde o fim do ano passado.

VAREJO

O maior ganho de produtividade veio do ramo mais pulverizado e que mais emprega: o varejo.

O comércio varejista se destacou com elevação da produtividade acima da média do comércio em geral (6,3%), resultante do crescimento do valor adicionado de 13,2% e do número de pessoas ocupadas de 6,5%, segundo o IBGE.

Já no atacado o aumento da produtividade foi de 2,7% --com alta de 9,4% de crescimento médio anual do valor adicionado e 6,5% do emprego.

O comércio de veículos, peças e motocicletas destoou dos demais, segundo o IBGE. É que o aumento da mão de obra superou o do PIB da atividade --6,8%, contra 5,4%. Com isso, observou-se a redução da produtividade (-1,3%).

"Esses resultados indicam que o comércio varejista assegurou um desempenho positivo ao total do comércio brasileiro entre 2007 e 2011. Durante este período, o consumo das famílias apresentou significativa contribuição às fases de crescimento da economia e representou um importante instrumento para enfrentar a crise [global iniciada no fim de 2008] e a desaceleração do crescimento, notadamente ao ser associado a medidas de desoneração fiscal [como a redução do IPI para veículos e eletrodomésticos e artigos da construção civil]", ressalta o IBGE.

Segundo o IBGE, a melhora do mercado de trabalho também impulsionou o comércio e foi resultado da "elevação dos rendimentos reais recebidos, política de valorização real do salário mínimo, de um quadro de expansão do emprego e do aumento do número de trabalhadores com carteira assinada."

Outros fatores que contribuíram para o aumento do PIB e da produtividade do comércio foram os programas de transferência de renda, que dinamizaram as economias de regiões mais pobres, e o aumento do crédito, de acordo com o IBGE.


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