Folha de S. Paulo


Gasto com pessoal na indústria cresce acima da receita em 2011, diz IBGE

A receita líquida de vendas da indústria geral brasileira cresceu em um ritmo inferior ao avanço dos gastos com pessoal na passagem de 2010 para 2011.

É o que indica a Pesquisa Industrial Anual - Empresa (PIA-Empresa), divulgada nesta sexta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com a PIA-Empresa, a receita líquida de vendas da indústria subiu 12,5% em 2011 na comparação com o ano anterior, passando de R$ 1,959 trilhão para R$ 2,205 trilhões. Em igual período, o IBGE observou que os gastos com pessoal cresceram 15,21%, de R$ 277,063 bilhões para R$ 319,219 bilhões.

Entre 2010 e 2011, os gastos com pessoal elevaram sua representatividade na receita líquida de vendas da indústria de 14,13% para 14,46%.

Ao todo, as 312 mil empresas da categoria indústria empregavam 8,6 milhões no país, uma média de 28 pessoas por companhia. O número de empresas cresceu 4,2% em 2011 em relação ao ano anterior, ao passo que o pessoal ocupado total cresceu menos, 2,9% no mesmo período.

Em média, essas empresas tiveram uma receita líquida de R$ 7 milhões. Já os custos das operações industriais totalizaram R$ 1,098 trilhão em 2011, o que representou aumento de 11,2% frente ao ano anterior, quando esse tipo de gasto somava R$ 987,434 bilhões.

Os investimentos realizados para o ativo imobilizado (bens tangíveis da empresa) cresceram 11,2% em 2011 na comparação com 2010, de R$ 146,442 bilhões para 162,933 bilhões.

CUSTOS

Já o total dos custos e despesas das empresas industriais cresceu 16,39% em 2011 na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 2,2 trilhões, segundo a PIA-Empresa.

A maior parte dos custos das empresas foi com consumo de matérias-primas, que totalizou R$ 939,302 bilhões, o equivalente a 42,5% dos gastos totais das companhias. O custo com matérias-primas subiu 15,21% em 2011 na comparação com o ano anterior.

Outros custos e despesas, que representam 23,2% dos gastos das indústrias, subiram 23,77% na passagem de 2010 para 2011, somando R$ 512,373 bilhões.

A PIA-Empresa apontou que, nesse período, uma das despesas que mais subiram foi a com propagandas, que totalizaram R$ 24,947 milhões, aumento de 17,1%. Essas despesas, no entanto, representaram apenas 1,1% do total de custos das empresas em 2011.

TRANSFORMAÇÃO

A pesquisa do IBGE mostrou ainda que a participação do valor adicionado da indústria de transformação na indústria geral caiu na passagem em 2011 na comparação com 2010, período em que a representatividade da indústria extrativa cresceu.

O valor adicionado da indústria da transformação cresceu 8,9% em 2011 na comparação com o ano anterior, para R$ 598,861 bilhões. No mesmo período, o valor adicionado de todo o setor extrativo cresceu 49,7%, para R$ 80,480 bilhões.

Já o valor adicionado da indústria geral teve alta de 12,5%, totalizando R$ 679,341 bilhões. Dessa forma, a representatividade da indústria da transformação na indústria geral caiu de 91,1%, em 2010, para 88,2%, em 2011. Em igual período, a participação da indústria extrativa avançou de 8,9% para 11,8%.


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